19 de out. de 2007

A Brincadeira


A Larissa, em seu charmoso cafofo virtual, sugeriu a seguinte brincadeira...


1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure)
2ª) Abrir na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;
6ª) Repassar para outros 5 blogs.


E aqui vai, a do livro UM FILME EH PARA SEMPRE, do Ruy Castro, presente inusitado e delicioso de outra querida (Alana).


Na pagina 161, especificamente, o trecho refere-se ao Groucho Marx:


"A palavra agressiva e mortal era a sua grande arma - mais ate do que os oculos, o bigode pintado, o charuto e o jeito hilariante de andar."


Fiquei curiosa, "matutando ca com os meus botoes" e tentando fazer uma imagem abstrata da figura interessantissima e colorida a partir dessa descricao...

18 de jul. de 2007

Focas, Petroleo, Lagrimas e Outras Banalidades






O que motiva, emociona, desgosta ou encanta o ser humano eh sempre muito subjetivo e inusitado. As vezes acoes, acontecimentos decisivos e ateh desconcertantes sao digeridos por nos com certa casualidade, enquanto fatos considerados um tanto banais nos desconcertam e mudam decisivamente o rumo de nossas vidas.
E eh assim que introduzo o episodio da foca na conversa. A foca... ela estava lah, como todos os dias, preta, com a pele com aspecto viscoso, cheirando a maresia, se preparando para entrar em cena e ignorando o fato de haver dezenas de pessoas na arquibancada prontas para aplaudir as suas piruetas. E eh ai q eu me introduzo no assunto. Eu... que estava lah com amigos, dentre tantos outros espectadores, para ver o show da foca e me deliciar com as suas brincadeiras. Como jah chegamos meio atrasados, nao nos restou opcao senao sentarmos em uma arquibancada mais distante, lah em cima. O degrau da arquibancada imediatamente seguinte ao nosso estava interditado, o que nos obrigou a ficar em um lugar nao tao espacoso, e, consequentemente, nao tao confortavel.
Mas voltando a foca: a foca nao fez a sua primeira e ansiosamente aguardada aparicao no imenso tanque azul a alguns metros de nos... ela vinha, subindo alguns degraus laterais, seguindo o seu adestrador, e atravessou a arquibancada, justamente, exatamente, no degrau seguinte ao nosso, que estava ha ateh alguns minutos interditado. E eh ai que introduzo a razao dessas linhas que preencho: o meu encontro com a foca!. Ela passou exatamente ao meu lado, se arrastanto, carregando com esforco e certa graca o seu imenso corpo, em busca de mais sardinhas. E eu a olhei, enquanto ela distraidamente se movia, e meus olhos encheram de agua, e foi inevitavel nao comecar a chorar. Um choro silencioso, mas impossivel de ser contido, que durou os quarenta de minutos do belo espetaculo. No comeco, atribui o meu choro a comocao, ou ao fato de ter-me lembrado da musica do Vinicius de Moraes (que menciona um show de focas onde a foca brasileira desmaia por ser pobre e nao poder comprar sardinhas!!). Mas depois, jah nao sabia se chorava por causa da foca, ou pelo constrangimento de ser o unico ser humano a chorar, dentre tantos outros aparentemente alheios ao que acontecia comigo. Ao sair do show, analisando o que tinha acabado de me acontecer, cheguei a brilhante conclusao que em minha vida passada eu fui uma foca! Soh nao consegui ainda chegar a uma conclusao sobre se o fato de ter sido foca em uma vida passada e Lisavieta nessa vida configura uma evolucao ou nao.
Mas esse evento ainda nao desabitou a minha mente, e vez ou outra me lembro da foquinha e de mim, de nossa troca de olhares que definitivamente afetou a minha vida. Lembrar desse episodio eh, por muitas vezes, o ponto mais alto de meu dia, aquele em que sinto um vazio que me preenche de uma felicidade indescritivel!!
Mas ha dias em que um outro evento se torna maior e mais belo, a ponto de desbancar o evento da foquinha, e eh aqui que o introduzo. Estou trabalhando com um casal com sindrome de Down. Eles sao uns fofos, e eu jah disse a minha coordenadora que a vontade que eu tenho eh de adota-los. Ela sempre ri quando eu menciono isso, achando que se trata de uma brincadeira. Dentre todos os desafios que tenho vivido em meu trabalho, certamente jogar playstation e compartilhar de ensinamentos milenares sobre Tartarugas Ninja, Pokemon ou Homem Aranha tem sido dos mais interessantes. Interessante tambem, eh velos dando o beijo de despedida todos os dias de manha, antes de a esposa sair para o trabalho e o marido ficar em casa, para resolver questoes bancarias e outras acoes cotidianas com o meu auxilio. Mas, voltando ao beijo... ve-los dando o beijo de despedida tem sido por muitas vezes o ponto alto do meus dias, desbancando a minha nao esquecida foquinha!
E quando eu achava que nao havia mais nada para acontecer, ontem houve outro fato que desbancou os dois jah previamente citados. Eu estava com a esposa, e ia ajuda-la a passar o creme facial que ela coloca diariamente para proteger a sua pele do frio, quando ela me falou que jah se sentia a vontade para passar o creme sozinha, desde que eu ficasse ao seu lado, para auxilia-la com alguma eventual indicacao. E ve-la passando sozinha o creme, se olhando maravilhada no espelho, com mais essa responsabilidade que ela podia assumir, me deu o mesmo aperto de vazio feliz no meu peito. Aquela expressao de vitoria dela, de quem acaba de achar petroleo no meio do quintal, me fez ter uma vontade quase incontrolavel de chorar de novo.
Mas dessa vez, neguei-me terminantemete a cogitar ter sido um creme facial em uma outra vida, e consegui segurar meu choro!

26 de mai. de 2007

Nada de Silvio Santos


Ah, domingo... o dia nacional da preguica, do ocio, do nada...o dia aqui comecou indeciso - assim como eu. Como de costume, fui lavar roupa, aspirar carpete (soh pra relaxar!!), ler, e depois assistir um filminho ateh ter coragem de me levantar e fazer algo para comer. Umas 4 da tarde, jah cansada de nao fazer nada (!), decidi sair e andar pela cidade, para ver o q o domingo me proporcionaria. Sai andando (atravessei minha amada ponte), e fui ao centro - em sua maioria fechado. Tive a surpresa de encontrar com alguns amigos e ter momentos de boas risadas. Na volta - tb pela ponte - eu vejo um casal se beijando, e a mulher com uma das pernas flexionadas, com o pezinho pra cima (aquela classica boba deliciosa cena de quem estah apaixonada!). Estava meio escuro, e soh qdo me aproximei um pouco mais, percebi q era um casal de idosos, ambos de cabelo branquinho. Acho q essa foi a primeira vez q eu realmente lamentei nao ter ainda uma maquina, adoraria ter registrado esse momento!!! Na minha volta para casa, ainda na ponte, peguei uma chuva, q resolveu completar meu domingo. De inicio, pensei em correr e me proteger, depois me dei conta de q eu AINDA nao tinha tomado um delicioso banho de chuva por aqui. Simplesmente abri os bracos, e fiquei lah, lavando o meu domingo e o meu coracaozinho apertado e feliz!!! Ahhhhhhhh, os domingos... aqueles q o perdem assistindo Silvio Santos talvez nao tenham a oportunidade de apreciar uma sensacao q eh otima no ser humano: ser feliz!!!

8 de fev. de 2007

Mr Clapton got me on my knees

Estava essa paraibana errante ontem na internet, às 5 da tarde, quando me veio a coragem de saciar a vontade quase irresistível de ir ao show do Eric Clapton - era o segundo dos dois que ele faria aqui.
Então pensei: o show é daqui a três horas, não tenho ainda ingresso, eu vou sozinha, não sei chegar ao local do show e ainda tenho que ir em casa me arrumar para ir.
Mas... como o nordestino é antes de tudo um forte, entrei na internet, comprei o ingresso - na verdade, anotei à caneta o código da compra, porque aqui não tem impressora - , corri pra casa pra tomar um banho, e, alguns mapas e telefonemas para a estação de transportes públicos depois, peguei um ônibus, depois um trem, e cheguei ao Brisbane Entertainment Center.
Pegar o ingresso no guichê foi menos burocrático do que eu esperava. A minha emoção era tanta, que tomei algumas cervejas - pelo menos, as que meu porta-moedas permitiu!!
Entrei e me sentei no lugar - cadeira marcada!!! Eu sentei bem perto, na verdade!!!! Acho que a uns 30 metros do palco, de forma que me deliciei não apenas com as músicas - esse banquete de notas se transformando em blues a cada instante - mas também com a performance não apenas do Eric (gostaram da intimidade?) mas de toda a sua banda.
Eu fiquei maravilhada, em transe, em êxtase, emocionada... e tudo o que eu mais desejava era que vocês pudessem ir até o sétimo e meio andar e entrar em minha cabeça - como no filme Quero ser John Malkovitch -, para ver através dos meus olhos toda aquela explosão de cores e sons em que eu estava inserida. Eu não parava de imaginar o que é que diabos eu tinha feito para merecer estar ali. Foi muito bom, muito bom mesmo!!
Pena que o pessoal era comportado(!) e eu não pude ficar em pé e pular quando ele cantou Layla, para poder gritar “Mr Clapton, you got me on my knees!!!”, seguido de um sonoro PUTA QUE PARIU! Mas, infelizmente isso não foi possível e ficou apenas confortável imaginar em meus sonhos!
Na volta, peguei o trem - lotado de gente feliz!!! -, depois andei mais uns 20 minutos, peguei o ferry, e cheguei em casa - feliz!! (repito, caso isso ainda não tenha ficado claro!)

Cheguei a conclusão de que não são três, mas sim quatro - pelo menos!! - as coisas que a gente tem que fazer na vida: escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho e ir a um show do Eric Clapton!!
Aliás... são 5!! A primeira é ter a quem amar. Pois sem os meus amigos, para eu compartilhar as minhas aventuras, nada na vida valeria a pena!!!