tag:blogger.com,1999:blog-274405312024-03-07T01:28:28.043-03:00A Beleza Está Nos Olhos de Quem VêSinta-se à vontade para colocar aqui o seu pezinho!!!Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-36838512739838470462011-06-05T06:00:00.000-03:002011-06-05T06:00:27.431-03:00Superpopulacao<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbZtKxsdga3XDOMjwQ8-9JxLsU0KDdgrrRpK6RT7H_rYFODw7FpIBCIazB_pbWF2Xea6-wwQPnQLJVGW2HH9RUGgzHFdRAhkRafbm1_QQJGP4rqyZkclik-LvVYHCTi5HGPpXm/s1600/inspiration-of-what-dreams-may-come-stefan-duncan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="214" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbZtKxsdga3XDOMjwQ8-9JxLsU0KDdgrrRpK6RT7H_rYFODw7FpIBCIazB_pbWF2Xea6-wwQPnQLJVGW2HH9RUGgzHFdRAhkRafbm1_QQJGP4rqyZkclik-LvVYHCTi5HGPpXm/s320/inspiration-of-what-dreams-may-come-stefan-duncan.jpg" /></a></div><br />
Hoje acordei angustiada... <br />
Sonhei que havia perdido a capacidade de sonhar.<br />
Tudo era preto e branco, e nao havia mais nuvens ou barulho de vento. Nao havia mais cheiro de cafe ou calor do sol.<br />
Havia apenas o tempo. O tempo. <br />
Havia obrigacoes, mas nao motivacao em realiza-las.<br />
Havia rotina, mas nao havia sentido.<br />
Havia prazos, mas nenhum objetivo.<br />
Havia vazio, a completa ausencia de perspectiva.<br />
Havia Razao, sem emocao relacionada.<br />
Havia silencio, causado pela mudez.<br />
Havia solidao, em meio a superpopulacao mundial.<br />
Hoje acordei angustiada... mas finalmente acordei!Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-39578631682019371922010-12-12T05:39:00.003-03:002010-12-12T05:50:28.397-03:00Lisa In The Sky With Diamonds<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifmsjG-DhENcKkInuRAMMM4n-Djrb25XuOy1uSX0Svai-qipsurqIii0nw0HSFAs8p_I3754uoxnqqF3w4tV4fhugidjp9IC7uaIc1Bpt4PurAUbPXA3mi62iF6kIy6-a08lSh/s1600/palco.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 244px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifmsjG-DhENcKkInuRAMMM4n-Djrb25XuOy1uSX0Svai-qipsurqIii0nw0HSFAs8p_I3754uoxnqqF3w4tV4fhugidjp9IC7uaIc1Bpt4PurAUbPXA3mi62iF6kIy6-a08lSh/s320/palco.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5549714399007428610" /></a><br />Desde pequena, eu estudei em escola Montessoriana. Sempre estudei com pessoas diversas, e, ate os meus 8 anos, em meu mundo, pessoas serem diferentes era a regra confortavel da minha vida. Eu vivia feliz, enganada, achando que nada ia mudar essa certeza.<br /><br />Ate que comecei a parceber as diferencas que as pessoas faziam entre os diferentes. Perceber que pessoas com condicoes mentais, ou fisicas, desviadas do <span style="font-style:italic;">normal</span> eram tratadas de forma <span style="font-style:italic;">especial</span>, fez meu mundo tao feliz e seguro desabar! <br /><br />Eu nao sou <span style="font-style:italic;">normal</span>. Saber que nao ser <span style="font-style:italic;">normal</span> era normal, era o meu porto seguro. Que choque que foi descobrir-me em um outro mundo tao distinto daquela bolha em que eu vivia! <br /><br />Desde entao, carrego comigo essa certeza de nao pertencer, de nao ser, de nao conseguir me conectar. Carrego essa angustia de procurar um abrigo para a minha agonia, um sinal de que existe um proposito maior do que simplesmente ser um desperdicio de materia.<br />Busco uma explicacao, uma Razao, um proposito. Nao pertencer, sentir-se quase que permanentemente a margem do que a maioria quer/gosta/faz, eh, ao mesmo tempo frustrante e engrandecedor. Hoje, posso dizer que tenho dois sentimentos muito fortes: tenho muito medo de ser quem eu sou; e tenho tambem muito medo de deixar de ser quem eu sou.<br /><br />Nessa busca constante e incessante de pertencer ao Universo, de alguma forma, venho perseguindo o que, assim espero, ha de acalmar a minha alma. Ainda nao achei... nem sei se irei achar. O que sei eh que essa busca tem sido enriquecedora, e as experiencias que venho acumulando tem agregado tanto a minha alma, que, por alguns momentos, mesmo que por tao poucos momentos, posso dizer que me sinto como se estivesse em harmonia com o Universo.<br /><br />Eh tao injusto sentir-se assim, quando em nossas vidas tantas coisas boas acontecem... - e, ao mesmo tempo, nos da uma sensacao tao urgente da necessidade de devolver de alguma forma todas essas bencaos que recebemos -, que eh insustentavel nada fazer.<br /><br />Ja disse Graciliano Ramos, por intermédio de Riobaldo, o jagunço-filósofo de Grande Sertão Veredas "o real não está na saída nem na chegada: Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia." , e eh essa travessia que me angustia e me faz me jogar no Mundo todos os dias. Eh essa travessia que me fascina, que me faz acreditar que podemos fazer alguma diferenca, em nossas vidas, no Universo, que existe algo tao maior do que o nosso proprio umbigo.<br />Eu tenho muito medo de que a vida passe sempre pela janela, e que so eu e a Carolina (do Chico Buarque) nao venhamos a ver!<br /><br />Todos os dias, quando acordo, prometo-me procurar, naquele dia, os pequenos milagres que nos sao mostrados a cada esquina, tao simples e tao silenciosos, e que fazemos questao de ignorar. Quando ser diferente deixou de ser um obstaculo, e virou uma desafio, passei a procurar perceber que existe beleza nas pequenas coisas, onde ninguem nem aposta que va existir. Passei a procurar ver em <span style="font-style:italic;">se dar</span>, a oportunidade de estar, sim, <span style="font-style:italic;">recebendo</span>.<br /><br />Talvez toda essa minha baboseira existencialista tenha me trazido para onde estou, para o que hoje faco, para o que, de certa forma, o destino me levou, e onde eu me sinto menos fora do Universo.<br />Talvez toda essa baboseira melosa tenha se tornado gritante minha mente quando li certa vez uma reportagem do ator Sergio Britto, em que ele afirmava que amava tanto o que ele faz, que morrer no palco seria para ele a Gloria. Quantos de nos estamos assim tao satisfeitos e orgulhosos do que fazemos?<br />Talvez toda essa baboseira me ajude a fingir que eu me sinto confortavel e segura perto de outros, e me faca me sentir menos estranha em me indignar com o que parece ser tao bem aceito. Faz-me nao ter vergonha de questionar ou, ate mesmo, ir de encontro ao que ja estah escrito em pedra. Faz-me, ate, ficar extremamente orgulhosa de minhas escolhas, muitas vezes aparentemente (ou certamente!) tao bobas.<br /><br />Conviver novamente com pessoas que necessariamente nao sao consideradas <span style="font-style:italic;">normais</span> (quem foi que diabos instituiu essa definicao mesmo?), fez-me sentir-me normal de novo, em meu habitat de quando eu tinha 8 anos de idade em que nada, - nem Barack Obama nem Julian Assange - poderia abalar o meu mundo. <br /><br />Mas tudo isso so estah sendo aqui escrito porque, na semana passada, em meio a tantos voos indo e voltando, tantos momentos de extase, tantas apenas-4- horas-por-noite-dormidas, tanta adrenalina no trabalho..., eu pude deitar-me na grama, de maos dadas, apenas para apreciar o arco-iris que se formava no ceu perante a tempestade iminente. <br /><br />E isso me fez novamente acreditar!Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-89939471770285695552010-11-18T12:10:00.003-03:002010-11-18T12:25:39.338-03:00Meu Fascinio Por Lego<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz9bUFJBnDV9LPC-c7CEN4TIMbEuXkk9SmO-pfX7YYt3Mc5n0RptpuTfz_7-t5LwQaB9YuC0fA7FLmEMitOVaiNr4v2L8k_w26MAsmHWevj00pHrT3aT9GBXAqWyUe307VviJ3/s1600/161-lego.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 299px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz9bUFJBnDV9LPC-c7CEN4TIMbEuXkk9SmO-pfX7YYt3Mc5n0RptpuTfz_7-t5LwQaB9YuC0fA7FLmEMitOVaiNr4v2L8k_w26MAsmHWevj00pHrT3aT9GBXAqWyUe307VviJ3/s320/161-lego.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5540908495134170034" /></a><br /> Desde pequena tenho uma fascinacao pelos brinquedos Lego. <br /> As cores, os formatos, os temas, as diversas variacoes e possibilidades... Como eh que pecas que, aparentemente, nao se conectam, unem-se de forma tao harmoniosa, e conseguem formar figuras tao belas? Figuras estas que, muitas vezes, inimaginaveis quando apenas observamos peca a peca. <br /><br /> Lego de lado, livros a mao. Comecei a ler – por indicacao do meu queridissimo primo Ovidio – o livro <span style="font-style:italic;">WHAT TECHNOLOGY WANTS</span>, do Kevin Kelly. O livro eh uma delicia, um mergulho em aguas das quais nao quero sair. Discussoes interessantes, questoes diversas... Tao interessante, e abrangendo tantas vertentes, que de repente senti a necessidade de parar a leitura deste, e retomar (reler, depois de um ano!) ARMAS, GERMES E ACO (<span style="font-style:italic;">GUNS, GERMS AND STEEL</span>), do Jared Diamond. A releitura deste seria um alimento para me preparer melhor para aquele, propiciando mais detalhes e explicacoes.<br /><br /> Mas dai, caiu em minhas maos o livro seguinte do Jared Diamond, <span style="font-style:italic;">COLLAPSE</span>, cuja leitura (e, essa, primeira viagem!) nao apenas complementaria a leitura anterior, mas tambem a vindoura do Kevin Kelly, ainda em <span style="font-style:italic;">stand by</span>. Novamente, aqui digo... um livro imperdivel, para os amantes da leitura, do bom argumento, da boa investigacao, e aos portadores de curiosidade aguda.<br /> <br /> Ao terminar este ultimo, olhei para a minha prateleira, e me vi tentada a reler Fritjof Capra. A TEIA DA VIDA e O TAO DA FISICA me pareceram, sem sombra de duvida, o que estava faltando para fechar o ciclo “pre-Kevin Kelly”.<br /><br /> A leitura e re-leitura desses livros – todas acompanhadas por muito <span style="font-style:italic;">Chardonnay</span> e muita Nina Simone – foi-me inserindo em mundos aparentemente desconexos (fisica, antropologia, teologia, politica...) que casaram e se complementaram de forma perfeita!<br /><br /> O mais interessante, sob a minha humilde otica, em reler esses livros, e de agora – finalmente! – ter retomado a leitura de <span style="font-style:italic;">WHAT TECHNOLOGY WANTS</span>, eh que todos eles tratam, invariavelmente, nao apenas de fazer um estudo, uma observacao, uma constatacao, um tratado sobre padroes anteriores ou tendencias futuras, mas, sobretudo, sobre como lidar, como transcender nesse periodo de transicao (nossa Era!) entre o que ja foi (heranca) e o que ainda serah (legado), de forma a conseguirmos nao apenas “sobreviver” as constantes mudancas e avancos (tecnologicos, sociologicos, antropologicos...), mas, principalmente, entende-los e fazer parte – cada um a sua forma – deles. Em outras palavras, como coexistir de forma ativa. Como sermos a patente, em lugar de sermos patenteados.<br />Como bem define Fritjof Capra, em A TEIA DA VIDA, mudar de ‘quantidade e formulas’ para ‘qualidade e padroes’.<br /><br /> Agora ja estou na metade do livro (dessa vez eu termino, Ovidio!), mas, estou sentindo a necessidade de reler um pouco de Marx (Karl Marx... nao Groucho! – este ultimo constitui um prazer a parte!) para melhor entender o livro que ora folheio. Mas chega de tantas interrupcoes em minha leitura! Para acalmar essa minha impaciencia, acho que vou fazer um pouco de Lego agora... <br /><br /> De qualquer forma... em havendo alguma outra sugestao de leitura complementar... a casa agradece!Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-83171279205476641842010-11-18T11:46:00.003-03:002010-11-18T12:09:20.412-03:00Momento Frank Sinatra<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsAy-tiHK_2KcOGswJup3No1hns13l8gyd_ZRD_udu22Nm2G4lKuzLF8NfnNgYu9X2QpqCzrbaAYMyPpn7kfMDPNoKyL-UDqKjEnFFmQlnLxpTpH3r_o0Hmd32xTC6m0rj2UHf/s1600/SB.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsAy-tiHK_2KcOGswJup3No1hns13l8gyd_ZRD_udu22Nm2G4lKuzLF8NfnNgYu9X2QpqCzrbaAYMyPpn7kfMDPNoKyL-UDqKjEnFFmQlnLxpTpH3r_o0Hmd32xTC6m0rj2UHf/s320/SB.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5540906129335596786" /></a><br /> Hoje de manha eu tive um Momento Frank Sinatra. <br />Era mais um desses dias cinzas, depois de inumeros dias cinzas, quando voce ja perdeu a expectativa, o vislumbre de dias melhores, e em que, de repente, algo simples - aparentemente ordinario - ocorre, e tudo ao seu redor se modifica, toma cor, converte-se em tons e sobretons, bemois e sustenidos, toma peso e forma, toma sabor e aroma.<br /><br /> Estava eu, simplesmente – mais uma vez – cruzando a minha amada ponte <span style="font-style:italic;">Story Bridge</span>, voltando do trabalho para casa, no meio da manha, em meio aquele clima mais incerto do que meus sentimentos, largada em mais uma manha de novembro, quando comeca a chover. E chover, quando eu estou atravessando a ponte, eh sempre bem vindo! (Alias, quase todas as ocorrencias enquanto eu atravesso a ponte, sao poeticas – pelo menos sob a minha otica! Vide <a href="http://abajurlilas.blogspot.com/2007/05/nada-de-silvio-santos.html">aqui</a>).<br />Mas, enfim... chuva, minha amada ponte... dia cinza tornando-se colorido... “de repente, nao mais que de repente”, surge em mim a urgencia de cantar <span style="font-style:italic;">Singing In The Rain</span>. Melhor! Surge em mim a urgencia de <span style="font-weight:bold;">viver</span> <span style="font-style:italic;">Singing In The Rain</span>. A necessidade de abrir os bracos, em meio aquela agora tao bem vinda chuva torrencial, e poder bravejar <span style="font-style:italic;">What a glorious feelin',I'm happy again... </span><br />Frank Sinatra tomou controle. Eu apenas andava, e me molhava!<br /><br /> E um sentimento bom, que muitas vezes so Frank Sinatra pode proporcionar, tomou conta de mim. E, a partir dali, ficou decretado que o dia seria um bom dia! E ficou sacramentado que, daquele momento em diante, o dia seria florido, colorido, preferido, nostalgico... porque muitas vezes a delicia de algo estah em a que esse algo nos remete. E cantar <span style="font-style:italic;">Singing In The Rain</span> me remeteu a um encontro entre bons amigos, que nao se encontravam ha anos, e tiveram a oportunidade de se reunir, por pouco mais de dois dias. Cantar <span style="font-style:italic;">Singing In The Rain</span> hoje me remeteu a cantar <span style="font-style:italic;">Singing In The Rain</span> com eles, todos nos abracados, tambem na chuva. Remeteu-me a como eh bom lembrar daquilo que eh mais importante, e que no dia a dia, com a correria e os afazeres, e a solidao que a vida invariavelmente nos impoe, as vezes a gente tende a esquecer.<br /><br /> Cantar <span style="font-style:italic;">Singing In The Rain</span> hoje me fez lembrar que as vezes fechar os olhos e fantasiar eh uma forma de reviver. Afinal, o que seria da vida sem os sonhos quando estamos acordados?Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-22612249203984337192009-12-30T07:28:00.003-03:002009-12-30T07:45:39.848-03:00Um Passarinho É Um Passarinho É Um Passarinho<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhffN0DR9H07qZBTbzwfii1FHpH_cV7IuqcV1EfEQVfrbozonKpsU2Mxw_8Em-M9GlBCDYFXnYgRDB3JcIlsdBg0OEwH_4uBfIYqccd3j47UzbHs7gAwhV7IwuQJM7DI4pkoK9W/s1600-h/21102009027.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhffN0DR9H07qZBTbzwfii1FHpH_cV7IuqcV1EfEQVfrbozonKpsU2Mxw_8Em-M9GlBCDYFXnYgRDB3JcIlsdBg0OEwH_4uBfIYqccd3j47UzbHs7gAwhV7IwuQJM7DI4pkoK9W/s320/21102009027.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5420975682981943506" /></a><br />Eu já escrevi <a href="http://abajurlilas.blogspot.com/2006_03_01_archive.html">aqui</a> anteriormente sobre minha relação com vizinhos e música.<br />Depois da aventura do(a) saxofonista anônimo(a) que coloria minhas noites, são agora os meus dias que estão tomados pela musica do vizinho (sexo masculino, esse eu conheço de conversas de elevador!).<br /><br />O meu vizinho gosta de escutar <span style="font-style:italic;">Metallica</span>, <span style="font-style:italic;">AC DC</span> e <span style="font-style:italic;">Rage Against The Machine</span> às nove horas da manhã, e em volume máximo.<br /><br />Eu não tenho absolutamente NADA contra música – muito pelo contrario, eu imagino o quão preto e branco seria o rascunho da minha existência sem ela! -, mas devo admitir que demorou uns dias até que eu escutasse – pontualmente! – o repertorio do meu vizinho, e não achasse que, dentro de minutos, eu seria feita de refém.<br /><br />Mas parece que eu não fui a única afetada por esse evento.<br />Costumo tomar o meu café (preto, sem açúcar!) na varanda de meu apartamento, e de uns dias pra cá, além das ondas musicais vindas do apartamento ao lado, passei a ter outra companhia: um simpático passarinho, que passou a pousar na minha varanda para o seu canto matinal. <br />Quero aqui fazer um pequeno parêntese para explicar que passei dias tentando imaginar por que o passarinho pousava diariamente em minha varanda, e não em qualquer outra... e, depois de muito raciocínio (e muitas xícaras de café), cheguei a simples solução que a minha varanda era nada mais que a mais próxima na trajetória dele. Não havia de ser nenhuma outra razão um tanto mais complexa, afinal um passarinho é um passarinho é um passarinho.<br /><br />Mas voltando ao canto matinal do dito passarinho... ele chegava de mansinho, e começava a cantarolar, até ser interrompido pelos bravejos da caixa de som do vizinho. O passarinho, então, indignado, retirava-se, até voltar no dia seguinte. <br />(Registro aqui que fiquei completamente solidária ao passarinho. Não existe nada mais frustrante do que uma competição desigual!).<br /><br />E o fato se repetiu, por pelo menos uma semana. Eu confesso que já estava acostumada aos personagens da minha manha, quando um fato inusitado ocorreu e tudo drasticamente mudou. De repente – sem nenhuma explicação! – o meu vizinho parou de ligar o seu som durante as manhãs. <br /><br />No primeiro dia em que percebemos isso (eu e o passarinho), foi como o silencio mais ensurdecedor do mundo. Como sempre, ele pousou, cantou... e nada. Esperou mais uns segundos, e nada. Nada. De novo: nada! Ficamos os dois, por alguns momentos, aguardando o <span style="font-style:italic;">Armageddon</span> - ou seja lá o que poderia acontecer para quebrar aquele momento tão desconcertante. E, na ausência de qualquer evento, o passarinho lançou vôo e foi-se.<br /><br />No dia seguinte, ele voltou, e a mesma ausência se sucedeu. No terceiro dia, ele não voltou mais.<br />Foi então que percebi que o real motivo das visitas matinais do passarinho era a música do vizinho, e, de repente me senti traída pelo passarinho como ele se sentiu traído pelo vizinho: abandonada, sem aviso prévio!<br /><br />Dias depois, eu soube - pelas conversas de elevador – que o vizinho havia se mudado (ele e sua música!) para a Europa.<br />Passei, então, a tentar uma solução alternativa: tomar meu café na varanda com meu radinho, na esperança de seduzir novamente o passarinho.<br />Na semana passada tentei <span style="font-style:italic;">Eric Clapton</span>. Essa semana, estou com <span style="font-style:italic;">Pink Floyd</span>, mas, por enquanto, nenhuma manifestação de terceiros!<br /><br />"Diferenças artísticas"... deve ser esse o termo técnico!Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-49338775275277035352009-07-08T07:36:00.002-03:002009-07-08T07:41:37.861-03:00Papel em Branco, Caneta Preta<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPBnnYSFHx6stLYClwV85woY02vyNZrrPRoi3laokU8LTaRZdFLK97UP3jQqMLmMF06X9wJem9_UNPTtGcMBpoG43Oo-e9HIsjffcj0DobqheO7biTciIja61Pa4GHHxTst2kk/s1600-h/Khronic+-+Caneta+&+Papel.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 199px; height: 293px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPBnnYSFHx6stLYClwV85woY02vyNZrrPRoi3laokU8LTaRZdFLK97UP3jQqMLmMF06X9wJem9_UNPTtGcMBpoG43Oo-e9HIsjffcj0DobqheO7biTciIja61Pa4GHHxTst2kk/s320/Khronic+-+Caneta+&+Papel.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5356036763855050066" /></a><br />Papel em branco, caneta preta na mesa. <br /><br />Comecei a escrever. Escrita meio sem vontade, sem identidade, escrita sem nem um porque. Mesmo assim, escrita.<br /><br />E, já no segundo parágrafo, começaram a surgir no papel algumas idéias, e rabiscos - não mais em tinta preta, mas sim em tinta azul.<br /><br />Mas eu não parei, continuei escrevendo. E o texto foi tomando corpo: palavras que eu não pré-meditava, idéias que eu não sabia que tinha, frases que eu guardava em um compartimento dentro de mim que eu não me permitia tomar conhecimento, foram pulando e tomando conta do papel, em volume e cores. De repente, as palavras não eram mais escritas em azul. As linhas, os meus argumentos, começaram a aparecer desenhados em um desfile de cores e luzes, de acordo com o tema de cada parágrafo ou a pontuação usada: vermelho intenso, azul celeste, verde musgo, rosa cintilante. E, a cada nova cor que eu via surgir – mesmo eu usando aquela mesma caneta e não tendo parado um momento sequer de escrever – mais uma linha do meu texto surgia, e eu continuava escrevendo e escrevendo, em um misto de prazer e exaustão. A partir de um certo momento, não me importava mais a cor do texto, importava apenas continuar escrevendo.<br />Perdi a noção de quantas paginas escrevi, e principalmente perdi a noção de sobre o que eu estava escrevendo. Ao começar a escrever, o texto (as cores) tomaram conta do papel, e a mistura de cores fez o papel ficar tão evidente, que me chocou perceber que tudo aquilo que ali estava escrito tinha partido de mim. Quantas cores que eu não sabia que tinha, quantas misturas, quantas possibilidades que eu ate então ignorava.<br /><br />Ao iniciar mais uma pagina – o ultimo paragrafo -, a tinta começou a ficar mais clara, e começou a faltar. Depois de um certo tempo, eu apenas escrevia sem nada registrar, pois da caneta já não saia mais nenhuma cor, nenhuma tinta.<br /><br />Finalmente parei de escrever. Olhei para a caneta, para o monte de papel, para as minhas mãos. Respirei fundo. Decidi reler aquele conjunto de esforço e cores.<br /><br />Ao voltar ao começo, a primeira pagina, percebi que nada havia escrito. Paginas e mais paginas em branco. Nenhuma palavra, nenhuma cor. Tanto esforço, tanta entrega, tanta troca... paginas em branco!<br /><br />A caneta, desde o inicio, estivera vazia. Tolice minha achar que de uma caneta vazia poderia sair o registro de tantas idéias e tantas cores...<br /><br />Quem sabe amanha eu tento de novo... usando outra caneta.Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-43362879694800714622009-06-21T05:21:00.006-03:002009-06-21T05:40:43.508-03:00Impontualidades<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxirQcmIoYRKOMvj8CAy2eEYWKSUhvGWFU7OZO0Hpv_PnfzYikzsk2bzUPeWipkBlBfcuJnZwhO875wUgLSs0CA4L-28DbmyOpH2FUV828gxRYZBrYgtq7HCKGVVSWflSDRrsR/s1600-h/alice-wonerland.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 196px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxirQcmIoYRKOMvj8CAy2eEYWKSUhvGWFU7OZO0Hpv_PnfzYikzsk2bzUPeWipkBlBfcuJnZwhO875wUgLSs0CA4L-28DbmyOpH2FUV828gxRYZBrYgtq7HCKGVVSWflSDRrsR/s200/alice-wonerland.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5349697680547402210" /></a><br /><br />Alice me ligou, para dizer que Ítalo, seu marido, havia pedido que ela voltasse. Ela me contou isso com uma ansiedade e uma sensação de vitória tão intensos, que não tive coragem de dizer a ela que, na verdade, Ítalo se sentiu so. Ele se viu so, naquele apartamento, e confundiu isso com saudade.<br /><br />Ítalo chegava em casa, e sentia falta de ter Alice esperando por ele, sentada na varanda ou lendo um livro no quarto. De contar como fora o seu dia, de sentar para jantar placidamente com a esposa e terminar, assim, mais um dia. Alice nunca gostou de ler. Alice gosta de musica alta e de creme anti-rugas. Ela aguardava a hora em que ele chegaria em casa, e eles sairiam juntos para dançar, para jantar, para viver sempre em estado de férias, para fugir da monotonia do dia burocrático que eles tiveram. <br /><br />Ítalo gosta de filmes antigos e de cha quente na cama. Quando Alice via Ítalo exausto, passando para tomar banho e se preparando para esquentar algo para comer, ela se decepcionava – sempre, invariavelmente. Ela respirava fundo, se despia, e ia encontra-lo no banho ou espera-lo na cama, para que eles se comunicassem da única forma que a eles era possível. <br /><br />Ítalo nunca chegou em casa para encontrar Alice serena na varanda ou absorta em uma leitura, mas essa era a imagem que ele criava dela sempre que se separavam, e, de repente, ele sentia uma profunda saudade de quem ela não era. Ítalo se prendera a vida que ele idealizara mas que nunca vivera. Por isso, Ítalo ligava sempre pedindo para Alice voltar. Quando ele dizia “volta”, ele, na verdade, estava dizendo “estou com saudade da vida que quero ter, e da mulher que quero que você seja”. Quando Alice tirava a roupa para encontrar Ítalo no quarto, ela não estava dizendo “me possua”, mas, na verdade, ela pedia que ele entendesse que ela estava buscando um canal de comunicação entre eles, que o levasse para aquele mundo dela, tão distante do dele.<br /><br />Não foi a primeira vez que eles brigaram, ou se separaram. E, em todas as vezes, o que acontecia, basicamente, era que eles não conseguiam coabitar, alem da intensa atração física. O dia a dia era insuportavelmente silencioso entre eles, vazio. Após duas semanas de uma reconciliação, passado o afã da saudade, da satisfação da libido, e da euforia, tudo o que Ítalo mais queria era ver-se livre de Alice e de suas cobranças; e tudo o que Alice mais desejava era que a química entre eles fosse suficiente para que ele lhe desse atenção, lhe abraçasse, conversasse com ela e eles voltassem a ter aquela vida desregrada a que ela se acostumara logo quando eles se conheceram. <br /><br />Alice achara, a primeira vista, que Ítalo havia se apaixonado pela sua mais marcante característica: transparecer uma alegria contagiante e iluminar um ambiente. Quando Ítalo se cansou das intermináveis festas ou reuniões de amigos em que Alice apenas repetia o seu papel, ela se frustrou. Ela nunca compreendeu que o que fez Ítalo se atrair por ela foram as horas que se seguiam a esses momentos, quando Alice, exausta, serenava; quando ela apenas existia como um ser desprotegido, vulnerável, sem mascaras. Ítalo esperava que, com o casamento, com a relação duradoura e a convivência, Alice pudesse finalmente se desvencilhar de sua <span style="font-style:italic;">persona</span>. Do que mais Alice sentia falta era do olhar de Ítalo pesando sobre os seus ombros, como se a despindo, enquanto bebiam e confraternizavam entre amigos. A ausência desse olhar sobre ela a fazia sentir-se invariavelmente abandonada.<br /><br />A idéia de abandono – abandono esse que ela quase podia tocar quando Ítalo ia esquentar jantar e comer silenciosamente na varanda, ou quando eles terminavam de fazer amor e ele ligava o seu aparelho de som para escutar Nina Simone - remetia Alice a todas as insegurancas que ela acumulara desde pequena. Fazer amor com Ítalo, e apenas poder ter isso dele, era, para ela, a comprovacao de sua incapacidade de conexao com o mundo dele.<br /><br />No fundo, ela sabia disso, mas, mesmo assim, insistia. No fundo, ele sabia que ligando para ela, ele estava retomando a tentativa de uma relação em que ele não acreditava, mas, mesmo assim, ele ligava.<br /><br />Por isso, quando Alice me ligou dessa vez, eu nada falei. Apenas aguardei. Mais uma vez, ela me julgou insensível, como se eu não torcesse pela felicidade dela ou sequer fosse capaz de fingir estar feliz com a sua reconciliacao. Mais uma vez, calei. O meu amor por ela sempre foi tão desmedido que para mim sempre foi inimaginável quebrar a instável redoma de esperança que cerca a vida dela. Alice se trancou a qualquer possibilidade de ver a vida por outro ângulo. <br /><br />A capacidade dela de adaptação a novas situações, de buscar soluções e forca para superar obstáculos, ou encarar frustrações e rejeição, é equivalente a sua capacidade de voar.Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-72350566500995439692009-06-14T23:21:00.008-03:002009-06-15T00:15:14.018-03:00C'est La Revolution!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpOo5Z1TgE5iFc_kEzdhl_bNwuaHWBqVMxyWikIGXP191apL8rehYV-58btnQ5JTVNivNOiJfGIbD3vfohtx3eTFPcuxDRCXUcJTPFvWozOop6HBn8qarDMm1e5XaFfLb7-RJt/s1600-h/webpersepolis.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 133px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpOo5Z1TgE5iFc_kEzdhl_bNwuaHWBqVMxyWikIGXP191apL8rehYV-58btnQ5JTVNivNOiJfGIbD3vfohtx3eTFPcuxDRCXUcJTPFvWozOop6HBn8qarDMm1e5XaFfLb7-RJt/s200/webpersepolis.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347379046967148034" /></a><br />Em meio a controversa reeleição de Mahmoud Ahmadinejad, e as manifestações tantas que vemos no Ira (também) por conta desse fato, resolvi hoje indicar <span style="font-weight:bold;">PERSEPOLIS</span>, um filme que conta a história de uma garotinha que cresce durante a Revoluçao Fundamentalista Islamica nos anos 70.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm8tZVJbr4fdirW6_jzqOfzq2QShavu1sgNBAtbFrOxBioV7PuKCOekRl-9dEi4D45FquRUjXaV__HJbDUOl3io5c7KmAA9YZadn-6ogNYrx5T42CP-tHYdUwEBN6zO483ai3Y/s1600-h/persepolis.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 121px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm8tZVJbr4fdirW6_jzqOfzq2QShavu1sgNBAtbFrOxBioV7PuKCOekRl-9dEi4D45FquRUjXaV__HJbDUOl3io5c7KmAA9YZadn-6ogNYrx5T42CP-tHYdUwEBN6zO483ai3Y/s200/persepolis.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347378896244624546" /></a><br />Escrito por Marjane Satrapi – e baseado em sua propria infancia e passagem a vida adulta -, o filme conta a história de Marjane, uma garota cheia de vida e dúvidas, amante de punk rock e de Abba , crescendo em meio ataques de bombas iraquianas, censura e repressão, tirania , e punição severa aos que se opusessem ou desobedecessem o Regime.<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV-xFe6e9qUXpjWCqpFWPEzVidjXRhjBod3q-BhSLsXsAyrxIR3Y2Hp0rsoviqv-tKjjI9wDunl-dV1d-PAKmbymCbi2KRMsRNP8fqQogI94LZXIgnhzhbmpCNjjD1lc9nk9aG/s1600-h/persepolis1_large.jpg"><img style="float:left; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 135px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiV-xFe6e9qUXpjWCqpFWPEzVidjXRhjBod3q-BhSLsXsAyrxIR3Y2Hp0rsoviqv-tKjjI9wDunl-dV1d-PAKmbymCbi2KRMsRNP8fqQogI94LZXIgnhzhbmpCNjjD1lc9nk9aG/s200/persepolis1_large.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5347379355749627490" /></a><br />O filme trata da luta contra a intolerância, da fé em uma nova era de liberdade que está por vir, da recusa a se calar perante as injustiças diárias, da eterna busca de descobrirmos onde pertencemos, e do amor - aquele que nos une, nos faz mais fortes, nos torna quem somos, e que o tempo e o espaço nao apagam.Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-23913439060564111192009-06-03T02:47:00.006-03:002009-06-03T03:13:45.201-03:00Nas Ondas da NostalgiaAssistir <span style="font-weight:bold;">Os Piratas do Rock</span> (<span style="font-style:italic;">The Boat That Rocked</span>, 2009) me deixou com uma vontade enorme de rever <span style="font-weight:bold;">A Era do Radio</span> (<span style="font-style:italic;">Radio Days</span>, 1989), do meu queridíssimo Woody Allen.<br />Os dois filmes tem mais em comum que o amor pelo radio e como este influenciou toda uma época; ambos tratam de nostalgia.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2EkS9WIG6E66bxb4ISv090hX6oaaDifAVfX5VKaN7khNQlT_Lmzlb41t_X0FyUZW48-ENNE4wRE70X2j8TuvlYC_Cwlo1TNVpgBbUJJfAtYgFakwqHaLWI-Q9JILnE0Y84Hm/s1600-h/radio_days.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 177px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj2EkS9WIG6E66bxb4ISv090hX6oaaDifAVfX5VKaN7khNQlT_Lmzlb41t_X0FyUZW48-ENNE4wRE70X2j8TuvlYC_Cwlo1TNVpgBbUJJfAtYgFakwqHaLWI-Q9JILnE0Y84Hm/s320/radio_days.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5342980510190112914" /></a><br /><br /><span style="font-weight:bold;">A Era do Rádio</span> descreve, de forma cômica, doce e magistralmente romântica, o radio nos anos 40. Na verdade, muito mais do que tratar do radio, o filme é uma reflexão sobre a fugacidade de tudo o que julgamos perene. É um filme sobre memória de uma era, muito mais que sobre uma era em si. Banhado com 43 sucessos dos anos 40 (dentre eles, “<span style="font-style:italic;">In the Mood</span>” e “<span style="font-style:italic;">That Old Feeling</span>”), o filme mostra que resisitiremos a passagem do tempo, mesmo que com tanta nostalgia e com a triste certeza de que o que julgamos tão importante para a nossa geração será esquecido pelas proximas.<br />Woody Allen confessou que a idéia do filme começou quando ele fez uma coletânea de musicas com um significado muito grande em sua vida, e como cada uma delas evocava sua memória. Surgiu, então, a idéia de fazer um filme que mostrasse como a forma como lembramos os fatos marcantes de nossa vida definem quem somos, e quem podemos ser.<br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw5QErdSspZ2W8e27ZFIHTcdcWZaAp1M_-i1sIVfqTIGIpJ2u-WrnP8S_gaBkpT3jD-6kpXqvg_kHr-ssdrCADzr1JVbWUm_K6UhyGTC1tHdxbfau6fNq75NWMNN5XrImTtCSK/s1600-h/the_boat_that_rocked_movie.jpg"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw5QErdSspZ2W8e27ZFIHTcdcWZaAp1M_-i1sIVfqTIGIpJ2u-WrnP8S_gaBkpT3jD-6kpXqvg_kHr-ssdrCADzr1JVbWUm_K6UhyGTC1tHdxbfau6fNq75NWMNN5XrImTtCSK/s320/the_boat_that_rocked_movie.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5342979945808236722" /></a><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Os Piratas do Rock</span> também descreve o poder do radio e sua influencia sobre a vida das pessoas, agora nos anos 60. Mais precisamente, o filme é uma declaração de amor ao <span style="font-style:italic;">Rock’n Roll</span> e a irreverência de uma época. Com tiradas engraçadíssimas e trilha sonora imperdível, em vários momentos lamentei não fazer parte da tripulação. <br /><br />Atualmente, o radio não é muito mais que uma forma de vender as músicas que ora fazem sucesso, mas o radio costumava ser usado para transmitir sonhos. Ambos os filmes sao baseados em épocas em que esse veiculo de comunicação afetava de forma profunda as vidas de seus ouvintes, e como a memória dessa época influenciou as gerações seguintes.<br />Mesmo quem – como eu – nasceu depois dessa época, se sentirá nostálgico ao assistir esses filmes. Nostalgia por uma época que passou, e pela consciência que essa época em que vivemos vai passar também...Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-28947303463137982112009-05-26T08:37:00.002-03:002009-05-26T08:41:40.135-03:00Linha e Agulha<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEARdPeMQaWVd_INIuAhg1x6AyBBhK1H1Ft9fq1d6FBf44BPvNlvN9SY7MBOqNNeo4CZqrjldNKBQ_tl0A1aVxO7oFS0nyl9T9bwgnbDmiVtPH1wVI_-Ni2ezfIUK2m18ycRDb/s1600-h/agulha+e+linha.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEARdPeMQaWVd_INIuAhg1x6AyBBhK1H1Ft9fq1d6FBf44BPvNlvN9SY7MBOqNNeo4CZqrjldNKBQ_tl0A1aVxO7oFS0nyl9T9bwgnbDmiVtPH1wVI_-Ni2ezfIUK2m18ycRDb/s200/agulha+e+linha.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5340096416752555794" /></a><br /><br />Sonhei que, em mais uma manha, eu acordava angustiada - após sonhar com a vida que não tenho, com os projetos mil que fervilham em minha mente e não realizo, com as pessoas que amo e que me esqueço frequentemente de lembra-las disso, já que o dia passa tão rápido, que nem sinto, posto que já sou um zumbi das horas.<br />Em meu sonho, temo que o amor seja apenas um prefacio para o sofrimento; a desilusao, o primeiro parágrafo da segunda pagina; a solidão, o irremediável prólogo da obra.<br /><br />No fervilhao de acontecimentos que parecem me rodear, sonho estar alheia a eles, ser alheia ao cenário em que acidentalmente me insiro, quase invisível, imperceptível, já que todos estão sempre muito ocupados para olhar de lado. E a vida passa. <br />Sonho que a vida passa, e um dia acordo, e não me reconheço ao me olhar no espelho. Em meu sonho, o tempo transcorre, e eu não me vejo. E, quando me vejo, já não me reconheço. Já não vejo mais os traços de esperança e feliz inocência. Vejo rugas, muitas rugas. Rugas de tempo perdido.<br /><br />Em meu sonho, remeto-me a um outro sonho que tive ( o sonho do sonho???), e que povoa a minha mente desde então: o sonho das agulhas. Sonho estar sentada em uma cadeira de madeira, em uma sala espaçosa e quase vazia. Em uma segunda cadeira, está sentado um homem sem rosto (vejo o seu cabelo, sei que ele é alto, sei o tom de sua voz... mas não vejo seu rosto). Esse homem possui uma agulha em sua mao direita, e costura uma linha fina, finíssima, por entre as veias do meu pulso. Ao terminar, o homem, ainda segurando a agulha que prende a linha finíssima, me diz calmamente: “Puxa, quero ver se você tem coragem de puxar”.<br />E o pior, o mais angustiante, é a minha dúvida... puxo o meu braço ou não??, a linha é muito fina, mas será meu pulso capaz de resistir? Como medir a fragilidade? A angustia da duvida supera qualquer dor física. <br />O sonho do meu sonho angustia o meu sonho, me faz suar, temer, chorar. E quando a fome, a dor, a solidão e a exaustão me invadem, ainda sofro por não ser capaz de puxar o meu braço.<br /><br />Acordo. Afinal, mais um dia começa. Foi só um sonho, mais um sonho.<br />Ao sentar na cama, ainda sonolenta, olho os meus pulsos. Durante todo o dia (e os demais dias e semanas), de vez em quando, checo os meus pulsos – não custa nada checar!!Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-13085844252683709172009-05-14T02:39:00.002-03:002009-05-14T02:48:51.459-03:00A Vida, em 257 Páginas<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjpqVj2DA6Y-WAwGwtX7zZGkL0KrIakEwz1bka8298vOE9tl6dEkgsnYldMp6OVDOKLLxsXcuSrTSfqEvGIuSzZdCTx9InZwlmY5a0U8r6Bp46J5IeqLESZYdCeq8Gz4TsJjpt/s1600-h/533985680yIJItm_ph.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjpqVj2DA6Y-WAwGwtX7zZGkL0KrIakEwz1bka8298vOE9tl6dEkgsnYldMp6OVDOKLLxsXcuSrTSfqEvGIuSzZdCTx9InZwlmY5a0U8r6Bp46J5IeqLESZYdCeq8Gz4TsJjpt/s320/533985680yIJItm_ph.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5335550544320753938" /></a><br />O psicanalista Contardo Calligaris, em entrevista concedida no ano passado, defendeu que a vida deve ser vivida como uma história que vale a pena ser contada; que qualquer vida deve ter a dignidade de merecer se tornar um romance. Não me contive, e comecei a imaginar... se eu pudesse escolher, que romance eu gostaria que fosse a minha vida?. <br /><br />Provavelmente teria traços de romances como os do Milan Kundera, com foco na delicada - porém complexa - fragilidade da alma e dos sentimentos, e no leque de emoções que encerram as relações humanas. Nós, seres humanos, precisamos uns dos outros, mas nem sempre conseguimos conviver. E os romances do Kundera tratam da dor de termos que nos transformar constantemente , inventar novas maneiras de conviver, sentir, amar, em uma sociedade onde os nossos papeis são muito menos monolíticos. Somos todos tão diferentes – em nossas formas de lidar com amor, sexo, política, consumismo, casamento, religião... - , mas, ao mesmo tempo, sentimos a necessidade de pertencer, a necessidade do direito de fazer parte da ágape.<br /><br />Teria que ser um romance também com traços Dostoievskyanos, farto de debates sobre Filosofia, Psicanálise, Existencialismo e Fé, em meio a cenários de miséria humana absoluta – não necessariamente a miséria de ausência de bens, mas a miséria no sentido mais amplo: a miséria de perspectiva e conhecimento.<br /><br />No romance sobre a minha vida, os acontecimentos do dia a dia (o cotidiano que nos rodeia e muitas vezes nos assusta) seriam usados para analisar a cultura contemporânea e toda a violencia a que estamos vulneráveis, enquanto individuos. <br />Afinal, somos todos capazes de transgressões?, temos todos, dentro de nós, o “gene” que nos condena a estarmos sempre propensos a violência – seja ela física ou subjetiva?, como expressar a nossa nata agressividade sem com isso comprometer o nosso bem estar e, consequentemente, o dos que nos rodeiam?<br /><br />Acerca dessa questão, existe uma serie de correspondências entre Einstein e Freud durante a Guerra (no Brasil, reunidas em um livro sob o título “Por Que a Guerra?”), em que, em um certo momento, Freud é perguntado por Einstein se ele acha que um dia a violência deixará de existir, ou se ela é inata ao ser humano. Freud responde que infelizmente ele acha que a violência é inextinguível. Einstein não se conforma, e manda outra carta, tentando contra-argumentar, a qual Freud encerra respondendo “Lamento, mas humanos somos assim”. Enquanto humanos sentimos, erramos, celebramos, nos arrependemos, choramos e comemoramos. A forma com que encaramos cada um dos acontecimentos e a forma complexa como reagimos as marcas que ficam, é que nos define.<br /><br />Muitas vezes, a nossa necessidade – enquanto sociedade - de apontar, julgar e condenar o(s) outro(s) nasce necessariamente do fato de que, a partir do momento em que apontamos, julgamos e condenamos, estamos transferindo ao(s) outro(s) as culpas e responsabilidades, e tentando vagamente esquecer que também somos capazes de errar e transgredir, que somos todos capazes – como aquele(s) que ora julgamos - de vermos despertadas em nós forças desconhecidas ou ignoradas. A realidade tem uma razão de ser, e se essa realidade se manifesta nas outras pessoas, ela deve existir também em nós.<br /><br />Mas o romance da minha vida teria que ter mais um elemento – alem da sensibilidade extraordinária do Kundera, e da razão e crueza do Dostoievsky... Teria que ter o realismo fantástico do Gabriel Garcia Marquez, onde as mulheres são tão belas, os amores são tão profundamente vivenciados, as relações são tão fortes, o inanimado torna-se vivo de forma perfeitamente natural, e a vida é vivida, em ultima instancia, como uma grande poesia, em meio a prantos e sorrisos – mas, ainda assim, poesia! <br /><br />Seria possível viver em um mundo tão louco, dinâmico e diverso, se não conseguíssemos vislumbrar poesia nas pessoas, lugares, ações?Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-37369914962569283792008-12-16T01:29:00.001-03:002008-12-16T01:31:24.539-03:00Poeticos Dias de Sol<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijrKlpADmdWehLBMxVXqkvHEQATuwzCVNw0Hy8yLUm0pD2Qp6hotFtrGdZBXvggRWUfEu0AZNpx9t_ulHhe8bk3ILkNzOnnATfugAzP3MKb_ho6osCtitDBIB1ecCyRL4ndXcH/s1600-h/dancer+in+the+dark.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 189px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijrKlpADmdWehLBMxVXqkvHEQATuwzCVNw0Hy8yLUm0pD2Qp6hotFtrGdZBXvggRWUfEu0AZNpx9t_ulHhe8bk3ILkNzOnnATfugAzP3MKb_ho6osCtitDBIB1ecCyRL4ndXcH/s320/dancer+in+the+dark.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5280240791567893938" /></a><br /><br /><br />E a historia comeca e termina do mesmo jeito: no susto, na garganta apertada, nas maos suando frio.<br />O primeiro evento que relato com as caracteristicas acima citadas eh a noite de ontem. Ha dias, venho querendo ligar o meu sonzinho com uma lista de musicas no meu ipod, deixar baixinho, para adormecer e acordar ouvindo. Eu fiz uma selecao de musicas (jazz, musica caribenha, mpb, opera, Enya, blues...) para tocarem pelas horas em que eu estiver dormindo. E, por algum motivo que eu nunca vou entender, eu consegui colocar uma musica do Guns’n Roses no meio dessa selecao. Nao me levem a mal, eu gosto do Guns’n Roses, mas ter acordado as 2.34 da manha com o grito do Axl Rose (Welcome to the Jungleeeeeeeeeeeeeeeee), nao foi exatamente o que eu tinha planejado quando selecionei a lista de musicas para dormir. <br />E dai eu acordei, nao da forma que as pessoas acordam nos comerciais de margarina – afinal, tons muito agudos nao costumam me ajudar a relaxar!. Acordei e, em vez de desligar o som ou passar para a musica seguinte, eu sentei na cama e pacientemente ouvi o Axl cantar (ele foi muito bem pago para isso!). Quando ele terminou, e ia entrar o Srta Norah Jones, eu simplesmente voltei e repeti a musica dele. Por que?, a resposta eh simples, e eh a mesma que responde a maioria das grandes questoes de minha vida: “Sei la!!!”. Repeti a musica e fiquei la, meditando, resolvendo as grandes questoes da minha vida. <br />Comecei a pensar em quantas criancas naquele momento nao tinham onde dormir, nao tinham a oportunidade de ouvir o Axl Rose cantar as 2.34 da manha, morriam de fome, desinteria ou esquecimento; enquanto eu estava ali, ouvindo a musica pela segunda ou terceira vez. Pensei tambem em todos os ingredientes que ainda tenho que comprar para assar a droga do peru de Natal. Mas uma vez, peco: nao me levem a mal... eu ADORO assar o peru de Natal, eh um ritual que me da muita satisfacao, primeiro porque gosto mesmo de cozinhar (apesar de muitas vezes obter resultados duvidosos!), e segundo porque me lembra a minha maezinha, e a gente assando o peru de Natal juntas, eh uma forma estranha de me sentir perto dela. O que me irrita profundamente sobre o peru de Natal (bem mais do que acordar com os berros do roqueiro) eh o processo que antecede assar o peru: comprar o peru, comprar todos os ingredientes para temperar o peru, deixar o peru descongelando durante horas, marinar o peru periodicamente por 8 horas, tratar o peru com carinho e rezar para acertar na receita... <br />Depois veio a culpa - e nao tem erro: nada como uma boa dose de culpa pra dar aquele no na garganta!-. Como eh que pode, enquanto tantas criancas morrem de fome nesse exato momento, eu estar aqui tao preocupada se jah comprei canela e gergelim para (de novo!) a droga do peru de Natal?<br />O que seria de mim sem a minha culpa catolica?, nao sei!! No dia (hipoteticamente) em que a Igreja banir a culpa, e nos libertar de todo e qualquer sentimento de debito, acho q serah o fim da minha vida – assim como tambem o seria se o casamento do Brad Pitt e da Angelina Jolie acabasse ou se alguem publicasse a formula original da Coca-Cola!<br />A minha culpa catolica nao me impede de fazer nada, ela me leva a ponderar se devo ou nao, a considerar mais de uma vez, tentar ver as circunstancias sob outras oticas, e refletir, refletir, refletir... porque seja la qual for a decisao que eu tomar, sempre, havera uma decisao mais apropriada que poderia ter sido tomada – ou uma forma mais conveniente de se assar o peru. A minha cruz eh formada pelas frustracoes, aspiracoes, decepcoes (verticais), e pelo que eventualmente foi alcancado e fez alguma diferenca em alguma estagio para alguem (horizontais). Eh uma cruz muito alta, mas nao tao dificil de se carregar!<br />Um outro momento em que me senti com as maos suando, com no na garganta foi ha duas ou tres semanas, quando eu estava em uma livraria, escolhendo algo para comprar. Diante daquela infinidade de prateleira e de opcoes, eu me dei conta de quantas obras existem, quantas eu gostaria de ler, que nunca havera tempo suficiente para eu ler tudo o que eu quero, e mesmo que, hipoteticamente, eu parasse tudo o mais na minha vida e encontrasse tempo para ler todos os livros daquela loja que me interessam... a cada dia serao publicados mais e mais, novos volumes, de forma que a vida vai ser sempre uma compilacao de frustracoes. De repente a vida se tornou tao curta perto de tudo a se fazer, e tao longa perto de tanta complicacao. E o pior foi constatar que o mesmo vai acontecer sempre em outras esferas – bem mais subjetivas que livros – em minha vida. <br />Senti um panico tao grande dentro da livraria, e ao mesmo tempo uma vontade histerica quase irresistivel de comecar a cantar – como em um musical do Lars Von Trier – jogando todos os livros para o ar. <br />Eh claro que esse banquete de bobagens soh aconteceu em minha imaginacao, tendo em vista que aqui nao relato nenhuma prisao ou multa por estupidez em plena luz do dia!<br />E esses momentos, esses pequenos momentos que enquanto acontecem parecem tao grandes que nem conseguimos dimensionar direito, eh q trazem a beleza e a magia dos demais dias, onde percebemos que tudo o mais do que contemplar o infinito - a perfeicao da vida em seus desencontros e sustos - eh pequeno, e vai se desmanchar no ar, em um poetico dia de sol. Aguardo por mais um conjunto de dias (2009), onde farei planos, projetos, realizarei menos de metade deles, mas talvez eu consiga realizar – finalmente – aquele projeto de 2003... sei la!<br />Ainda nao modifiquei a lista de musicas que escutarei a noite, e nao sei se o farei ou se aguardarei novamente ser acordada pelo berro do roqueiro, na esperanca de no meio da noite ter uma dessas epifanias capazes de mudar as nossas vidas! – e soh em cogitar essa possibilidade, jah sinto o frio na barriga.Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-50351970012527119562008-10-05T20:44:00.002-03:002008-10-08T04:46:30.732-03:00Sim. Por que nao???<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0wnb4HMgXEs1ajMjSEuzCQif-pyPqQQk-JdJc6mvuIDbUUvmzLKPkK0YcCEIvXPoEvDfqCiTuSemPQcnwSDCr3N42ND3y-0K2F8nWmq4g3NcfppoDUQgFBDzAqcD6rOLn6xSh/s1600-h/coffee.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0wnb4HMgXEs1ajMjSEuzCQif-pyPqQQk-JdJc6mvuIDbUUvmzLKPkK0YcCEIvXPoEvDfqCiTuSemPQcnwSDCr3N42ND3y-0K2F8nWmq4g3NcfppoDUQgFBDzAqcD6rOLn6xSh/s320/coffee.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5253823536301837122" /></a><br />Em uma era em que se cogita catalogar seres humanos a partir da insercao de microchips subcutaneos, creio que nao seria nada inviavel termos um cartao com o nosso proprio extrato. <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Deixa eu me explicar melhor, que a minha ideia nao se remete aquelas longas listas cheias de numeros (muitas vezes vermelhos!) com nosso balanco bancario. Nao necessariamente.</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> A ideia comecou assim, de manhazinha, quando eu ainda mal havia acordado e jah me via jogada no asfalto, tendo que respeitar leis de transito e coordenadas longitudinais. Comecou quando entrei no cafe onde sempre compro meu <i>muffin</i> e meu capuccino. Ao comprar, a atendente me pede o meu cartao (do cafe) e insere nele as informacoes sobre o meu pedido. Atraves desse cartao, eh possivel para mim saber o que eu comi, quando comi, quanto paguei, e a que horas, mais precisamente. Eu tenho uma senha (!!) para acesso na internet do extrato da minha comilanca matinal. Eu entro lah no site do cafe, toda bonitinha, e vejo meu extrato da ultima semana, ou quantos cafes com leite eu tomei nos ultimos 10 dias – e se o leite foi desnatado -, ou quanto eu gastei em media por dia no ultimo mes. Eh o fim da privacidade... de mim, para comigo mesma, e tambem para com os atendentes do cafe.</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Dando continuidade a minha manha, eh hora de entrar no onibus. Neste, nao compro um ticket, passo meu cartao da empresa de transporte, que automaticamente debita o valor do trajeto de uma soma previa que eu havia colocado como credito. Tudo muito bom, tudo muito lindo. Ao chegar em casa, entro no site da empresa de transportes, e... tcharaaaaaaaaaan!, lah estah de novo, o bendito extrato, me informando de que horas eu peguei que onibus e aonde eu fui. Assim como os atendentes do cafe, o pessoal da empresa de transportes tambem estah apar da minha rotina - e ateh dos meus pequenos pecados. Se voce desconfia que seu conjuge anda mentindo pra voce, aponta uma arma na cabeca dele e manda ele abrir o extrato, nao tem erro!!</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Nao vou nem entrar em muitos detalhes sobre o que vislumbro para um futuro nao muito distante. A banca onde compro revistas, ou a loja onde compro meu livros e DVD's, por exemplo. Vai estar tudo devidamente registrado! </p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Imagina qualquer dia desses eu passando pelo vexame de querer comprar uma revista na banca (e aqui repito, isso deve acontecer em um futuro proximo!), e o atendente, com meu cartao na mao, me explicar que eu jah comprei a mesma (mesminha!) revista ha tres dias. O vexame vai ser tao grande, de ter que me explicar com aquele rapaz com metade da minha idade, dizer a ele que eu simplesmente perdi a maldita revista e quero comprar outra, que provavelmente vou deixar pra lah, e nao vou comprar a revista por nao querer discutir com a porra do cartao - eh a minha palavra contra o extrato!</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Eh o fim do esquecimento, eh a guerra contra o mal de Alzheimer ou a displicencia. Eh o Big Brother sem desfile de mulheres seminuas ou eliminacao semanal. </p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> E eh no meio de toda essa guerra de dados que vem a minha brilhante ideia, a minha epifania do mes... por que nao criar um cartao pessoal, onde inserimos as relacoes interpessoais?, no extrato apareceriam informacoes como “no dia 30 de maio, as 15h22, me desentendi com o Maricotinha pelo motivo tal”, ou ainda “as 21h30 do dia 16 de agosto, Fulaninho me prometeu amor eterno”. </p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Nao vou aqui fingir falsa humildade... a minha ideia eh simplesmente fantastica, a melhor ideia de todos os tempos, uma revolucao nas relacoes!! Mal caibo em mim de tanto orgulho! Jah pensou?, jah posso ateh me imaginar em confrontos futuros. Justo eu, que sou pessima em discussoes, nunca lembro os motivos anteriores, os argumentos corretos a serem usados. No meio do circo pegando fogo, eh soh pedir licenca, acessar o seu extrato e mostrar a outra pessoa: “olha aqui, no dia tal foi ISSO que aconteceu, entao estamos aqui apenas gastando oxigenio com um assunto que jah estah resolvido por si soh”. </p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Eh claro que cada um de nos teria que andar com uma maquininha (inha, inha, inha), e ao final de casa interacao, cada conversa, discussao ou acordo fechado, as partes passariam seus cartoes individuais na tal maquininha e tchum!, estaria lah tudo registrado, sem versoes diferentes, sem distorcoes ou hiperboles. </p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Alguem pode me questionar que nao eh nada pratico carregar uma maquininha pra todo canto. E aqui repito, eh uma maquiniiiiiiiiiiinha, pequeniniiiiiiiiiiiiinha... o que eh carregar uma maquininha a mais para quem jah tem que carregar tantos cartoes, tantos documentos?</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> E quantos aos pequenos pecados, as suculentas omissoes do nosso dia a dia??, eh simples!!, nao registra!!, eh soh usar o mesmo argumento ora usado pelas empresas “Sinto muito, senhor, mas o sistema estah fora do ar, e nao temos previsao de quando voltara a funcionar, mas o senhor pode aguardar enquanto verificamos de novo!”, e logo em seguida coloca aquela musica de elevador, que faz qualquer cristao desistir de esperar nem que seja um minuto (sim, a maquininha tambem teria saida de audio!).</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Diminuiriam os argumentos infindaveis, os perrengues amorosos, as picuinhas, os mal entendidos, as fofocas sem fundamento. Se nao estah no extrato eh porque nao aconteceu. “Estah no extrato, logo existe!”, jah posso ver em letras douradas.</p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Mas agora peco licenca, preciso acessar o site do cafe, pois em alguns minutos estarei lah de novo, e preciso saber se tenho credito suficiente no cartao, ou se preciso recarrega-lo antes de pedir o meu bolinho. </p> <p style="margin-bottom: 0cm;" align="justify"> Ah... comprar cafe jah nao eh tao simples como antigamente!!</p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-46443649081984287122008-05-16T06:48:00.003-03:002008-12-11T03:09:03.381-03:00Por Que Escrevo?, Porque Sim!!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxsUbqIawrsnZFk9Rj-B71o1CIX3JZ_7cwCG-ifstUKkwkKrRO7mF_G9dDAYL9PZIzOrN99lCPoZwiQDqQxzgswPsBE18yfUigkKoVS-BmfHyvjdqguZ7vV_XZzDaMOVF1Il-e/s1600-h/Symphony556x159.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5200912523588566130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxsUbqIawrsnZFk9Rj-B71o1CIX3JZ_7cwCG-ifstUKkwkKrRO7mF_G9dDAYL9PZIzOrN99lCPoZwiQDqQxzgswPsBE18yfUigkKoVS-BmfHyvjdqguZ7vV_XZzDaMOVF1Il-e/s400/Symphony556x159.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit6ktHUAoS5_noILiqIwCBa3K6EcwG2tPMyjxo6woTz_MLoiG7ls7-NIRFDhYwrcjBmtzX7_NxeL_I94FfD6E5fdyoX0X2SD4QfPlFMYNtiS74Hij1yNyjEmk4sxw326qMrfeO/s1600-h/Symphony556x159.jpg"></a><br /><br /><div align="justify">Milan Kundera, em seu romance O LIVRO DO RISO E DO ESQUECIMENTO, relata um encontro com um taxista - em um desses dias comuns que todos nos temos -, em que o taxista confessa a ele que também eh um escritor, mas que precisa trabalhar para manter a sua família. E Kundera pergunta: então por que você escreve?. O taxista, com naturalidade, responde que escreve porque não tem opção, porque eh a única forma que ele acha de ser ouvido.<br />Em um mundo em que ninguém se escuta, ou pelo menos a maioria das pessoas não consegue se comunicar da forma que gostaria, em que não se tem como falar, ou mesmo não se sabe como, eh preciso falar para ninguém, escrever para ninguém e ao mesmo tempo para todo mundo, para ser ouvido, para se expressar, para se ter a sensação de criar um canal mínimo de interação com o mundo e principalmente consigo mesmo.<br />Pessoas que escrevem não o fazem necessariamente porque gostam, mas porque não conhecem outro meio de dizer eu estou aqui, eu preciso falar, eu não sei como falar, mas eu preciso dizer aquilo que nem eu mesmo sei, aquilo que me angustia, que me consome ou que me faz rir, que me faz acordar entre suor e lagrimas no meio da noite fria, que me faz sentir um no indescritível na garganta, uma euforia quase incontrolável, uma dor fina no estomago, um gosto de ferro na boca, uma tristeza de solidão - solidão rodeada de pessoas, solidão mesmo com corpos colados, solidão porque não se consegue definir o sentimento com outra palavra, pois esta ainda não foi criada. As palavras se tornam poucas; os verbos, inexpressivos; e os adjetivos, brancos. O gesto de interjeição não eh compreendido, o sorriso de interrogacao ou o olhar com reticencias perdem a razão de ser, restando apenas muitos parágrafos entre pessoas... tantos parágrafos!<br />E como diminuir tantos parágrafos?, como se redimir ou conviver com os parágrafos?, como expressar sentimentos que muitas vezes se sente, e apenas se sente e ponto...como? Assim... escrevendo. Escrevendo podemos nos transportar, com bússola, para uma outra dimensão, silenciosa e doce, cheia de pequenas portas que, quando abertas, emanam feixes de luz de diferentes cores em diferentes angulos. Escrevendo podemos esquecer de tudo, e assim lembrar o essencial; liberar nosso alter ego e assim mante-lo adormecido; escrevendo podemos voar sem asas, sofrer ou sorrir com consentimento.<br />Escrever, portanto, pode ser comparável a um dia ensolarado nadando na piscina gostosa, aquela taca de vinho saboreada no fim do dia, ao momento de paixão fulminante, a um grito no meio da noite silenciosa, a uma pausa - quando o mundo ao seu redor congela por prazerosos momentos. Escrever eh dançar na chuva mesmo estando gripado, eh o ansiosamente esperado veredicto de absolvicao. Eh liberar o que nem se sabia preso. Eh quando tudo que sempre pareceu tão pequeno toma dimensões gigantescas e não mais pode ser ignorado, porque de repente reluz. Eh quando tudo que eh palpável se torna pouco e tolo, pois passa a ser tão obvio que, como disse Marshall Berman , tudo que eh sólido se desmancha no ar.<br />Escrever nao eh uma opção. Escrevo para ser ouvida, para poder falar, para me conhecer, para me perder e me esquecer, e também para me encontrar, porque soh o espelho não me reflete. Escrevo para celebrar o novo e também para não esquecer o que eh perene. Escrevo para suportar as dores e bendizer as delicias. Escrevo para respeitar, mas me permitindo transgredir, desmedidamente. Escrevo para gritar, e ao mesmo tempo, para calar esse grito. Escrevo porque não caibo em mim, quando ao mesmo tempo me perco aqui dentro. Escrevo porque muitas vezes nem mesmo sei por que escrevo. Escrevo para me sentir, momentaneamente, parte de algo, pois se a vida fosse um magnífico concerto, eu gostaria de me sentir parte da orquestra, e não mais ter essa sensação eterna de estrangeira em qualquer lugar.<br />Escrevo porque preciso gastar meus caracteres; porque, mesmo entre palavras mal escritas, confusas, perdidas e semanticamamente distorcidas, eu me acho, antes de me perder novamente, e começar tudo de novo, por entre esses verbetes.</div></div>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-23621751186537432292007-10-19T02:26:00.000-03:002008-12-11T03:09:03.751-03:00A Brincadeira<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLqR86MpW-MBszUv8WYarSEHW3JpH3HwTj20Qt70d0mPAwz9s0TpH-IAnMJrx3-C0tj7Vc2XANi-CbnU9_tZZoFCumAVIY1CDJJyQ0H8_XczDwr52oyhEZn9sN98DmQt5fGRh-/s1600-h/liv_13819.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122915366262932626" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLqR86MpW-MBszUv8WYarSEHW3JpH3HwTj20Qt70d0mPAwz9s0TpH-IAnMJrx3-C0tj7Vc2XANi-CbnU9_tZZoFCumAVIY1CDJJyQ0H8_XczDwr52oyhEZn9sN98DmQt5fGRh-/s320/liv_13819.jpg" border="0" /></a><br /><div>A <a href="http://oelementofogo.blogspot.com/">Larissa</a>, em seu charmoso cafofo virtual, sugeriu a seguinte brincadeira... </div><br /><div><br />1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure)<br />2ª) Abrir na página 161;<br />3ª) Procurar a 5ª frase completa;<br />4ª) Postar essa frase em seu blog;<br />5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;<br />6ª) Repassar para outros 5 blogs.</div><br /><div><br />E aqui vai, a do livro UM FILME EH PARA SEMPRE, do Ruy Castro, presente inusitado e delicioso de outra querida (<a href="http://www.alanaagra.blogspot.com/">Alana</a>). </div><br /><div><br />Na pagina 161, especificamente, o trecho refere-se ao Groucho Marx:</div><br /><div><br />"A palavra agressiva e mortal era a sua grande arma - mais ate do que os oculos, o bigode pintado, o charuto e o jeito hilariante de andar."</div><br /><div><br />Fiquei curiosa, "matutando ca com os meus botoes" e tentando fazer uma imagem abstrata da figura interessantissima e colorida a partir dessa descricao...</div>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-45124917799590973332007-07-18T00:30:00.000-03:002008-12-11T03:09:04.325-03:00Focas, Petroleo, Lagrimas e Outras Banalidades<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH0Y0wxY8b0kvEP5I4vWabqB6QD-1HkWKZqIPB44kD9Ds1qyfkJmdStknu8WBWuq8lu-ALUFUFHFO65WIITs24AGQ-ifZnPa7_reTvvIle_JPpMfp6qxZXv958TCfvryzg9j6Z/s1600-h/DSC05842.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5088375882692773986" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgH0Y0wxY8b0kvEP5I4vWabqB6QD-1HkWKZqIPB44kD9Ds1qyfkJmdStknu8WBWuq8lu-ALUFUFHFO65WIITs24AGQ-ifZnPa7_reTvvIle_JPpMfp6qxZXv958TCfvryzg9j6Z/s320/DSC05842.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguQNyavO2j6YO1Mcy5kDjs8_vUBau4kXiGOEWhaz0flAyiumHCaqbDGROY0v6dR90UNcEW-HVL_zd9diP5taL0meBuCVj26B41kjwhdYnS9MZOn2p51JmVkVcpIZ56pCEttZj6/s1600-h/DSC00736.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5088374877670426706" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguQNyavO2j6YO1Mcy5kDjs8_vUBau4kXiGOEWhaz0flAyiumHCaqbDGROY0v6dR90UNcEW-HVL_zd9diP5taL0meBuCVj26B41kjwhdYnS9MZOn2p51JmVkVcpIZ56pCEttZj6/s320/DSC00736.JPG" border="0" /></a><br /><br /><div><br /><br /> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div> </div><div>O que motiva, emociona, desgosta ou encanta o ser humano eh sempre muito subjetivo e inusitado. As vezes acoes, acontecimentos decisivos e ateh desconcertantes sao digeridos por nos com certa casualidade, enquanto fatos considerados um tanto banais nos desconcertam e mudam decisivamente o rumo de nossas vidas.<br />E eh assim que introduzo o episodio da foca na conversa. A foca... ela estava lah, como todos os dias, preta, com a pele com aspecto viscoso, cheirando a maresia, se preparando para entrar em cena e ignorando o fato de haver dezenas de pessoas na arquibancada prontas para aplaudir as suas piruetas. E eh ai q eu me introduzo no assunto. Eu... que estava lah com amigos, dentre tantos outros espectadores, para ver o show da foca e me deliciar com as suas brincadeiras. Como jah chegamos meio atrasados, nao nos restou opcao senao sentarmos em uma arquibancada mais distante, lah em cima. O degrau da arquibancada imediatamente seguinte ao nosso estava interditado, o que nos obrigou a ficar em um lugar nao tao espacoso, e, consequentemente, nao tao confortavel.<br />Mas voltando a foca: a foca nao fez a sua primeira e ansiosamente aguardada aparicao no imenso tanque azul a alguns metros de nos... ela vinha, subindo alguns degraus laterais, seguindo o seu adestrador, e atravessou a arquibancada, justamente, exatamente, no degrau seguinte ao nosso, que estava ha ateh alguns minutos interditado. E eh ai que introduzo a razao dessas linhas que preencho: o meu encontro com a foca!. Ela passou exatamente ao meu lado, se arrastanto, carregando com esforco e certa graca o seu imenso corpo, em busca de mais sardinhas. E eu a olhei, enquanto ela distraidamente se movia, e meus olhos encheram de agua, e foi inevitavel nao comecar a chorar. Um choro silencioso, mas impossivel de ser contido, que durou os quarenta de minutos do belo espetaculo. No comeco, atribui o meu choro a comocao, ou ao fato de ter-me lembrado da musica do Vinicius de Moraes (que menciona um show de focas onde a foca brasileira desmaia por ser pobre e nao poder comprar sardinhas!!). Mas depois, jah nao sabia se chorava por causa da foca, ou pelo constrangimento de ser o unico ser humano a chorar, dentre tantos outros aparentemente alheios ao que acontecia comigo. Ao sair do show, analisando o que tinha acabado de me acontecer, cheguei a brilhante conclusao que em minha vida passada eu fui uma foca! Soh nao consegui ainda chegar a uma conclusao sobre se o fato de ter sido foca em uma vida passada e Lisavieta nessa vida configura uma evolucao ou nao.<br />Mas esse evento ainda nao desabitou a minha mente, e vez ou outra me lembro da foquinha e de mim, de nossa troca de olhares que definitivamente afetou a minha vida. Lembrar desse episodio eh, por muitas vezes, o ponto mais alto de meu dia, aquele em que sinto um vazio que me preenche de uma felicidade indescritivel!!<br />Mas ha dias em que um outro evento se torna maior e mais belo, a ponto de desbancar o evento da foquinha, e eh aqui que o introduzo. Estou trabalhando com um casal com sindrome de Down. Eles sao uns fofos, e eu jah disse a minha coordenadora que a vontade que eu tenho eh de adota-los. Ela sempre ri quando eu menciono isso, achando que se trata de uma brincadeira. Dentre todos os desafios que tenho vivido em meu trabalho, certamente jogar playstation e compartilhar de ensinamentos milenares sobre Tartarugas Ninja, Pokemon ou Homem Aranha tem sido dos mais interessantes. Interessante tambem, eh velos dando o beijo de despedida todos os dias de manha, antes de a esposa sair para o trabalho e o marido ficar em casa, para resolver questoes bancarias e outras acoes cotidianas com o meu auxilio. Mas, voltando ao beijo... ve-los dando o beijo de despedida tem sido por muitas vezes o ponto alto do meus dias, desbancando a minha nao esquecida foquinha!<br />E quando eu achava que nao havia mais nada para acontecer, ontem houve outro fato que desbancou os dois jah previamente citados. Eu estava com a esposa, e ia ajuda-la a passar o creme facial que ela coloca diariamente para proteger a sua pele do frio, quando ela me falou que jah se sentia a vontade para passar o creme sozinha, desde que eu ficasse ao seu lado, para auxilia-la com alguma eventual indicacao. E ve-la passando sozinha o creme, se olhando maravilhada no espelho, com mais essa responsabilidade que ela podia assumir, me deu o mesmo aperto de vazio feliz no meu peito. Aquela expressao de vitoria dela, de quem acaba de achar petroleo no meio do quintal, me fez ter uma vontade quase incontrolavel de chorar de novo.<br />Mas dessa vez, neguei-me terminantemete a cogitar ter sido um creme facial em uma outra vida, e consegui segurar meu choro!</div><br /><div></div></div>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-42834296700435429482007-05-26T13:14:00.000-03:002008-12-11T03:09:04.502-03:00Nada de Silvio Santos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCKAjOXxut-_OwiwQH4F8KO_VQ8pHevhj_dZGmHPoWLc9YmdlAxbyU9osc-vrV5gsR7rwylg1JICol4LuRqOdNqrAcRQTAS0E-NUXoeWsxumPPKmesJ5d_YXNoJeNMcxhEHu8d/s1600-h/Lisa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5068903898404522946" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCKAjOXxut-_OwiwQH4F8KO_VQ8pHevhj_dZGmHPoWLc9YmdlAxbyU9osc-vrV5gsR7rwylg1JICol4LuRqOdNqrAcRQTAS0E-NUXoeWsxumPPKmesJ5d_YXNoJeNMcxhEHu8d/s320/Lisa.jpg" border="0" /></a><br /><div>Ah, domingo... o dia nacional da preguica, do ocio, do nada...o dia aqui comecou indeciso - assim como eu. Como de costume, fui lavar roupa, aspirar carpete (soh pra relaxar!!), ler, e depois assistir um filminho ateh ter coragem de me levantar e fazer algo para comer. Umas 4 da tarde, jah cansada de nao fazer nada (!), decidi sair e andar pela cidade, para ver o q o domingo me proporcionaria. Sai andando (atravessei minha amada ponte), e fui ao centro - em sua maioria fechado. Tive a surpresa de encontrar com alguns amigos e ter momentos de boas risadas. Na volta - tb pela ponte - eu vejo um casal se beijando, e a mulher com uma das pernas flexionadas, com o pezinho pra cima (aquela classica boba deliciosa cena de quem estah apaixonada!). Estava meio escuro, e soh qdo me aproximei um pouco mais, percebi q era um casal de idosos, ambos de cabelo branquinho. Acho q essa foi a primeira vez q eu realmente lamentei nao ter ainda uma maquina, adoraria ter registrado esse momento!!! Na minha volta para casa, ainda na ponte, peguei uma chuva, q resolveu completar meu domingo. De inicio, pensei em correr e me proteger, depois me dei conta de q eu AINDA nao tinha tomado um delicioso banho de chuva por aqui. Simplesmente abri os bracos, e fiquei lah, lavando o meu domingo e o meu coracaozinho apertado e feliz!!! Ahhhhhhhh, os domingos... aqueles q o perdem assistindo Silvio Santos talvez nao tenham a oportunidade de apreciar uma sensacao q eh otima no ser humano: ser feliz!!!</div>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-49778229117769115072007-02-08T17:00:00.000-03:002008-12-11T03:09:05.079-03:00Mr Clapton got me on my knees<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIBH0IJJM_6KpaSH7BIBcbsj3d7NAVsDvbwISJ7so4ITDss2hujemLYffpFIV6F8-_E4DIJV8v-0bx7tcHVieGQGz6F8jpQtGitiCzU0OX6GN07kMq7kVCHsE2CjeRwfiGgKN0/s1600-h/DSC02987.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIBH0IJJM_6KpaSH7BIBcbsj3d7NAVsDvbwISJ7so4ITDss2hujemLYffpFIV6F8-_E4DIJV8v-0bx7tcHVieGQGz6F8jpQtGitiCzU0OX6GN07kMq7kVCHsE2CjeRwfiGgKN0/s320/DSC02987.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5060270295415010434" border="0" /></a><div style="text-align: justify;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Estava essa paraibana errante ontem na internet, às 5 da tarde, quando me veio a coragem de saciar a vontade quase irresistível de ir ao show do Eric Clapton - era o segundo dos dois que ele faria aqui.</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Então pensei: o show é daqui a três horas, não tenho ainda ingresso, eu vou sozinha, não sei chegar ao local do show e ainda tenho que ir em casa me arrumar para ir.</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Mas... como o nordestino é antes de tudo um forte, entrei na internet, comprei o ingresso - na verdade, anotei à caneta o código da compra, porque aqui não tem impressora - , corri pra casa pra tomar um banho, e, alguns mapas e telefonemas para a estação de transportes públicos depois, peguei um ônibus, depois um trem, e cheguei ao Brisbane Entertainment Center.</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Pegar o ingresso no guichê foi menos burocrático do que eu esperava. A minha emoção era tanta, que tomei algumas cervejas - pelo menos, as que meu porta-moedas permitiu!!</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Entrei e me sentei no lugar - cadeira marcada!!! Eu sentei bem perto, na verdade!!!! Acho que a uns 30 metros do palco, de forma que me deliciei não apenas com as músicas - esse banquete de notas se transformando em blues a cada instante - mas também com a performance não apenas do Eric (gostaram da intimidade?) mas de toda a sua banda.</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Eu fiquei maravilhada, em transe, em êxtase, emocionada... e tudo o que eu mais desejava era que <strong>vocês</strong> pudessem ir até o sétimo e meio andar e entrar em minha cabeça - como no filme Quero ser John Malkovitch -, para ver através dos meus olhos toda aquela explosão de cores e sons em que eu estava inserida. Eu não parava de imaginar o que é que diabos eu tinha feito para merecer estar ali. Foi muito bom, muito bom mesmo!!</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Pena que o pessoal era comportado(!) e eu não pude ficar em pé e pular quando ele cantou Layla, para poder gritar “Mr Clapton, you got me on my knees!!!”, seguido de um sonoro PUTA QUE PARIU! Mas, infelizmente isso não foi possível e ficou apenas confortável imaginar em meus sonhos!</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Na volta, peguei o trem - lotado de gente feliz!!! -, depois andei mais uns 20 minutos, peguei o ferry, e cheguei em casa - feliz!! (repito, caso isso ainda não tenha ficado claro!)</span></span></span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Cheguei a conclusão de que não são três, mas sim quatro - pelo menos!! - as coisas que a gente tem que fazer na vida: escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho e ir a um show do Eric Clapton!!</span></span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:100%;" >Aliás... são 5!! A primeira é ter a quem amar. Pois sem os meus amigos, para eu compartilhar as minhas aventuras, nada na vida valeria a pena!!!</span></span></span></div>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1167575179734952442006-12-31T11:18:00.000-03:002006-12-31T11:26:19.746-03:00E Que Venha 2007...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/x/blogger/2229/2891/1600/502843/girafa.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/x/blogger/2229/2891/320/65759/girafa.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />E que no meio de tantos<br />rumores<br />sabores<br />dissabores<br />amores<br />dores<br />cores<br />flores<br /><br />Possamos ainda<br />sorrir<br />existir<br />expandir<br />persistir<br /><br />Sem com isso esquecer de<br />amar<br />perdoar<br />acreditar<br />lembrar<br />deixar<br />continuar<br />beijar<br />levantar<br /><br />E buscando sempre<br /><span style="font-style: italic;">ser</span> mais do que <span style="font-style: italic;">ter</span><br />fazer<br />florescer<br />renascer<br />esquecer<br />permanecer<br />crerLisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1163477170214781912006-11-14T01:01:00.000-03:002006-11-14T01:06:10.230-03:00Minha Ponte Aérea para Shangrilá<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/Livro.0.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/320/Livro.0.jpg" alt="" border="0" /></a> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size:85%;">Há frases, músicas, aromas, lugares que, em determinados momentos, significaram muito pra mim, e aos quais sempre retorno para resgatar um sentimento ou alguém (e esse alguém, geralmente, é quem eu fui, ao me ver transformada durante aquela determinada troca de sensações).</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size:85%;">Alguns desses meus portos seguros são os livros. </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size:85%;">Lembro-me, ainda pequena, quando tive catapora,e fiquei alguns dias de “castigo” para me recuperar, tendo como companhia <i style="">Zezinho, O Dono da Porquinha Preta</i>. A partir de então, peguei o vício da leitura, e tive uma infância recheada de aventuras, desde segredos em ilhas e órfãs heroínas, até o mundo mágico de Narizinho e Emília. As aventuras de <i style="">Hercule Poirot</i> e <i style="">Miss Marple</i> povoaram a minha adolescência de mistérios e crimes a resolver, a ponto de eu ter passado alguns anos tentando descobrir os pretensos macabros segredos de toda a minha vizinhança. </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size:85%;">Alguns anos depois, li outros livros que afetariam, definitivamente, a minha vida, dentre eles, o indescritível <i style="">Crime e Castigo</i>. Tão apaixonada fiquei por aqueles universos novos, todos me aguardando para serem descobertos, que nunca mais quis abandoná-los, e, até hoje, não fico mais de dois meses sem embarcar em uma nova aventura, onde os personagens têm seus perfis descritos, mas seus sorrisos, suas silhuetas, sua expressões... só o leitor pode saber, definir, criar. Ler é como brincar um pouquinho de Deus, e poder, a nosso bel prazer, inventar e reinventar as situações, viver tantas situações e tantos amores em uma só existência. A cada vez que releio algum livro de Jorge Amado, o sol em determinado capítulo está mais quente. A cada releitura de algum romance do Milan Kundera, a paixão entre alguns personagens torna-se mais tórrida. A cada festa descrita por Scott Fitzgerald relida, a embriaguez é maior.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><span style="font-size:85%;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Dentre os tantos (tantos!) trechos de livros a que me remeto sempre, estão aqui alguns deliciosos, sofridos, reflexivos, vividos, divididos!!!</span><br /><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);"> Isabel Allende: A CASA DOS ESPÍRITOS: </span><br />"Barrabás chegou à família por via marítima..."</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><span style="font-size:85%;">Milan Kundera: A IMORTALIDADE:<br />"O sorriso e o gesto eram cheios de sedução, ao passo que o rosto e o corpo já nada de sedutor tinham. Era a sedução de um gesto afogado na não-sedução de um corpo. Mas a mulher, embora devesse saber que deixara de ser bela, esquecera-o neste instante".</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><span style="font-size:85%;">Gabriel Garcia Marquez: O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA:<br />“Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados”.</span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: justify; color: rgb(51, 51, 255);"><span style="font-size:85%;"><br />Robert Pirsig: ZEN E A ARTE DE MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS:<br />“A motocicleta funciona inteiramente de acordo com leis racionais, e o estudo da arte da manutenção de motocicletas é, no fundo, um estudo em miniatura da arte da própria racionalidade.”</span></p> <p style="color: rgb(51, 51, 255);" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><o:p> </o:p></span></p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1162046611564499652006-10-28T11:42:00.000-03:002006-10-28T11:43:31.583-03:00Em Qualquer Lugar<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/ritalee1.2.gif"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/320/ritalee1.2.png" alt="" border="0" /></a> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;">Por esses dias, andei angustiada, sem saber o que comprar de presente para uma amiga minha, muito querida. Às vezes achamos que é mais difícil presentear aqueles que mal conhecemos. Hum... tenho que discordar. Explico-me: quando mal conhecemos alguém, realmente fica difícil presentear por desconhecermos totalmente seus gostos e preferências. Mas, quando conhecemos tanto e tão intimamente alguém, a expectativa da sintonia, da novidade, do inesperado, dificultam ainda mais a escolha, tornando o exercício angustiante.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style=""> </span>E foi nesse contexto que me deparei com o CD da Rita Lee, <i style="">Aqui, Ali, <st1:personname productid="Em Qualquer Lugar. A" st="on"><st1:personname productid="Em Qualquer Lugar." st="on">Em Qualquer Lugar.</st1:PersonName> <span style="font-style: normal;">A</span></st1:PersonName><span style="font-style: normal;"> Rita Lee, para mim, é como o Paul McCartney: quando a gente acha que eles já inventaram de tudo, eles vêm e mostram quão enganados estávamos. As músicas do McCartney e do Lennon, imortalizadas pelos </span>Beatles,</i> já sofreram versões que as descaracterizaram e as caricaturaram. E, ao perceber que o CD da Rita não apenas fazia a releitura de alguns desses clássicos, como também trazia algumas versões livres para o português, a minha aflição, imaginando que a ela beirava esse patamar, aumentava.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style=""> </span>E quão prazeroso foi, para mim, perceber que eu estava completamente enganada! <span style="" lang="EN-US">A Rita interpreta com delicadeza belas músicas <st1:city st="on"><st1:place st="on">como</st1:place></st1:City> <i style="">All My Loving, A Hard Day´s Night </i>e <i style="">Here, There and Everywhere. </i></span>E quanto às versões livres para o português que ela faz de algumas dessas músicas?, algumas eu achei interessantes e ousadas, como os versos em que ela brinca com um “<i style="">I love you pra xuxú/ Se você não está perto eu fico jururu/ Tudo azul mas sem você eu fico blue”</i> ou outro <i style="">“você vai se ferrari”</i>. Outras, não fizeram tanto assim o meu estilo, ficando eu agradecida por existirem as versões originais em inglês.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style=""> </span>Mas não será a amizade como o CD da Rita, enfim?, ela pode ser sempre a mesma, sob várias versões e variações?, uma mesma base, sendo sempre reconstruída e reinventada, sem, com isso, perder-se a versão original?.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style=""> </span>O CD da Rita é para ser ouvido no carro, com o trânsito engarrafado ao meio dia; em casa, em um domingo chuvoso, comendo mingau de aveia em cumbuca de porcelana azul, ou em qualquer lugar. É um CD reconfortante sobre inovar, tentar, ousar – com a cautela de não beirar o ridículo.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size:85%;"><span style=""> </span>Dedicá-lo a si mesmo, a um amor ou a um amigo, é um convite à reinvenção, por tempo indeterminado, de um sentimento eterno – eterno como as músicas dos <i style="">Beatles</i> e a irreverência da Rita. É compartilhar a certeza de que as mudanças existem e continuarão sempre existindo, mas as nossas versões originais estarão sempre ali, guardadinhas, estejamos nós aqui, ali, ou em qualquer lugar.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size:85%;">Não tive mais dúvidas sobre o que comprar.</span></p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1157143948680452012006-09-01T17:50:00.000-03:002006-09-01T17:52:28.693-03:00Quando o Invisível Nos Salta Aos Olhos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/ladyin_2.0.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/200/ladyin_2.0.jpg" alt="" border="0" /></a> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O novo filme do <span style="color: black;">M. Night Shyamalan, A DAMA NA ÁGUA (versão em português para o título original <i style="">Lady in the Water</i>), lembra, de várias formas, o igualmente maravilhoso SINAIS.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style=""> </span>Para os fãs do diretor, que apostam sempre em filmes surpreendentes como O SEXTO SENTIDO, tanto SINAIS quanto A DAMA NA ÁGUA podem parecer frustrantes. Provavelmente, porque as minúcias desses filmes, sua real beleza e encanto, acontecem a partir do cotidiano transformado em situações fantásticas e inverossímeis, que constituem, na verdade, pano de fundo para uma estória maior. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style=""> </span><st1:personname productid="Em A DAMA DA" st="on"><st1:personname productid="Em A DAMA" st="on">Em A DAMA</st1:PersonName> DA</st1:PersonName> ÁGUA, o zelador de condomínios Cleveland Heep, vê-se de frente com o seu passado, supostamente engavetado, a partir de uma sucessão de fatos fantásticos – assim como acontece com o personagem Graham Hess, em SINAIS.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style=""> </span>Ao conhecer de forma inusitada a jovem e frágil Story (cujo nome já nos revela um pouco de sua confusa identidade, tendo em vista ela ser uma personagem fantástica de uma antiga estória de ninar – <i style="">bedtime story</i>), Cleveland se vê diante não apenas da crise de Story, mas de sua própria. Não é apenas Story que desconhece sua identidade, seu destino e sua missão, mas todos nós – apesar de, muitas vezes, fingirmos que não. Talvez por isso não seja tão estapafúrdio vermos o zelador e os demais moradores do condomínio acreditando tão facilmente em sua condição, porque nós mesmos somos levados a acreditar.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style=""> </span>E aí se mostra a real beleza do filme, não em suas criaturas fantásticas e trilha sonora envolvente, mas na capacidade do ser humano de ACREDITAR, de BUSCAR. Seríamos nós capazes de ser como somos e fazer grande parte do que fazemos se alguém não nos dissesse que somos capazes?, qual a tênue linha que divide o destino da “mão na massa”?, quantas vezes, ao ouvirmos alguém nos dizer algo, realmente escutamos o que aquela pessoa diz em vez de o que <i style="">queremos</i> acreditar que ela esteja dizendo?, se pudéssemos previamente conhecer o nosso destino, optaríamos por fazê-lo, ou preferiríamos ignorar esse conhecimento e construí-lo às escuras?.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style=""> </span><st1:personname productid="Em A DAMA DA" st="on"><st1:personname productid="Em A DAMA" st="on">Em A DAMA</st1:PersonName> DA</st1:PersonName> ÁGUA, Shyamalan nos expõe de forma crua o quanto tentamos tornar verdade aquilo que queremos que seja; o quanto somos conhecidos, muitas vezes, apenas a partir das identidades que aparentamos ou tentamos aparentar; e o quão prepotentes somos ao julgarmos conhecer os outros a partir de impressões. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: black;">E, invariavelmente, nos surpreendemos com o quão pequeno somos em nossas percepções e julgamentos, e o quão enorme em nossos potenciais – muitas vezes desconhecidos.</span></p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1154371405376978212006-07-31T15:27:00.000-03:002006-07-31T15:49:30.990-03:00Eu, Zen, e Aqueles Dias Em Que a Gente Se Sente Como Quem Partiu Ou Morreu...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/Chuva.0.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/320/Chuva.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Ir ao trabalho é uma atividade tão corriqueira quanto almoçar ou escovar os cabelos. Executamos essas atividades, diariamente, até o ponto em que se tornam mecânicas e não percebemos, muitas vezes, as nuances desses momentos.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""> </span>Foi assim com aquela manhã em que cheguei ao meu trabalho. Manhã chuvosa, cinza, fria, sem vontade de ser manhã. Desliguei o carro, ainda ao som do Chico Buarque e sua <i style="">Roda Viva</i>, e olhei para frente, para o vidro do carro.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""> </span>Dentre tantas gotas de chuva, uma gota, aquela gota, caiu naquele momento, parecendo uma lágrima longa e cheia, dançando pelo vidro. Nenhuma das outras gotas, esmagadas, desmanchadas por todo o vidro tinham aquela tristeza. E, naquele momento, não existia mais eu, e não existia mais a gota. Eu me converti em gota, em objeto em queda livre amortecida; e a gota, até então exterior ao meu ser, subitamente se convertera a algo interior a mim. Mente, corpo e água se fizeram completamente transparentes, perdendo, momentaneamente, sua opacidade existencial. Éramos um só, o reflexo do universo em conjunção naquele momento, concorrendo simultânea e paralelamente para seu harmônico e contínuo andamento. Esquecemos. Deixamo-nos, iluminar uma pela outra, e esquecemos.<span style=""> </span>Esqueci que não era gota de chuva, a chuva esqueceu que não estava dentro de mim. Fomos um! A exteriorização do interior, a interiorização do exterior. A junção absolutamente indiferenciada e indivisível: uma pura consciência sem sujeito nem objeto.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""> </span>De repente, ela findou, terminou de chorar, fez seu trajeto e morreu. Voltei a ser eu, ela já não era mais gota. Ao piscar os olhos, percebi que ainda estava no carro, o rádio ainda ligado, Chico ainda cantando. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style=""> </span>Fechei tudo, desci do carro e fui trabalhar, ainda com uns versos do T.S.Elliot brincando em minha mente:</p> <p class="MsoNormal"><i><span style="color:blue;">Música tão profundamente escutada que<br />Já não a escutamos, posto que nós mesmos<br />somos música enquanto dura...</span></i><span style="color:blue;"><o:p></o:p></span></p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1153149762639103162006-07-17T12:17:00.000-03:002006-07-17T12:22:42.653-03:00Aquela Suave Melancolia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/lostintranslation2.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/320/lostintranslation2.jpg" alt="" border="0" /></a><br /> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><strong><span style="font-weight: normal;">Todos temos que viver as horas, os dias, e seus momentos - seja o tempo uma realidade, ou uma construção do homem na tentativa de equacionar tudo aquilo que lhe foge ao controle. <o:p></o:p></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><strong><span style="font-weight: normal;">Nas relações pessoais, amorosas, profissionais, ou no ambiente onde nos encontramos, às vezes a vida parece ter entrado em uma espécie de engrenagem, e temos a sensação de que, a partir daquele momento, tudo tomou um rumo, e seguirá um confortável e previsível padrão. Mas há também aqueles momentos em que é difícil até mesmo o reconhecimento do rosto que vemos ao espelho. E nesses momentos, geralmente, nos sentimos irremediavelmente sós, órfãos, perdidos, abandonados por todos e pelo destino. Olhamos para os que nos rodeiam, e custamos a perceber alguma identidade entre nós e esses “estranhos”. <o:p></o:p></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><strong><span style="font-weight: normal;">O filme <i style="">Lost in Translation</i> (que, no Brasil, recebeu o título <i style="">Encontros e Desencontros</i>) retrata alguns desses momentos em que a suposta perfeita engrenagem parece apresentar defeitos. Sou encantada com esse filme por diversas razões: o casal de atores protagonistas, a trilha sonora, a incrível vontade que cresceu dentro de mim de conhecer o Japão, e, principalmente, por falar com tanta delicadeza sobre a solidão. Em meio a uma era em que os avanços tecnológicos facilitam cada vez mais a conexão entre as pessoas, essas são – e se sentem – cada vez mais sós. <o:p></o:p></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">Charlotte, recém casada, acompanha o marido ao Japão a trabalho. Vendo-se sem a sua companhia por vários dias, ela se depara com a dificuldade de comunicação, em um país estranho cujo idioma ela não entende. Mas, aos poucos, vamos compreendendo que as barreiras criadas pelas diferenças culturais podem ser contornadas. Estar só não significa, necessariamente, sentir-se só. Sentir-se só, para Charlotte, é estar ao lado de seu marido - com quem ela começa a desconfiar não ter tantas afinidades quanto imaginava, com quem ela não consegue se comunicar, a quem ela tantas vezes não reconhece ao olhar, com quem ela percebe não partilhar das mesmas ambições – do que explorar sozinha uma terra nova, estranha e completamente diferente.<strong><span style="font-weight: normal;"> <o:p></o:p></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><strong><span style="font-weight: normal;">O filme apresenta cenas interessantíssimas – e divertidas - de dificuldade de comunicação entre os protagonistas (Bob e Charlotte), e os japoneses. Mas, mesmo o que se <i style="">perde na tradução</i> de uma língua para outra ainda é menos do que se perde quando tentamos traduzir o que disfarça a falta de comunicação entre aqueles que falam a mesma língua. <o:p></o:p></span></strong></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><strong><span style="font-weight: normal;">Vale à pena assistir <i style="">Lost In Translation</i>, e partilhar de sua suave melancolia.<o:p></o:p></span></strong></p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-27440531.post-1152386866139728852006-07-08T16:17:00.000-03:002006-07-08T17:25:07.756-03:00Ainda Sobre a Imortalidade - O Mito dos Carajás<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/habitat-caraja.0.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/200/habitat-caraja.jpg" alt="" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"><span style="font-style: italic;">Foto de Cláudia Andujar.</span></span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://photos1.blogger.com/blogger/2229/2891/1600/habitat-caraja.jpg"><br /></a> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O que torna o ser humano imortal é não ter medo de renunciar à imortalidade. É não temer, arriscar, não se acomodar, e ter sempre a humildade de saber que existe muito, mas muito, além daquilo que se conhece.<o:p></o:p></p><div style="text-align: justify;">Essa fome por descobrir, desbravar, conhecer e auto-conhecer é lindamente ilustrada pelo mito dos índios carajás. </div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O Criador fez os carajás imortais. E viviam como peixes, nos rios, nos lagos. Não conheciam o solo, a Lua, ou as estrelas. Conheciam as águas. E no fundo de cada rio, onde eles estivessem, havia sempre um buraco carregado de luz, de grande intensidade. E era o preceito do Criador: “Vocês não podem entrar nesse buraco, senão perdem a imortalidade”. E eles circundavam aquele buraco, se deixavam iluminar com as suas cores, pela luz que dali surgia, mas respeitavam, apesar de grande a tentação: o que tem lá dentro?. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Até que um dia, um carajá foi, e se meteu buraco adentro, caindo nas praias esplêndidas do Rio Araguaia - q são praias belíssimas -, e ficou maravilhado. Viu o sol, pássaros, paisagens soberbas, flores, borboletas. Para onde dirigia o olhar, ficava cada vez mais boquiaberto, e quando começou a entardecer e o sol a sumir, pensou em voltar aos irmãos, mas então apareceu a Lua, as estrelas, cânticos de pássaros, e ele ficou mais embasbacado ainda. Passou a noite se admirando da grandiosidade do Universo. E quando o sol começou a despontar, ele se lembrou dos irmãos e voltou pelo buraco. Reuniu os irmãos e disse: “Vi uma coisa extraordinária! Vocês não podem imaginar!”, e contou a experiência toda.<span style=""> </span>E todo mundo queria passar pelo buraco. Então os sábios disseram: “Mas o Criador é tão bondoso conosco, nos deu a imortalidade! Vamos consultar o Criador.”. E eles foram: “Pai, deixa-nos passar pelo buraco, é tão extraordinária aquela realidade que o nosso irmão afoito nos contou”, e o Criador, com certa tristeza, disse: “Realmente, é uma realidade esplêndida... Vocês podem ir pra lá, mas tem um preço: perdem a imortalidade!” </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Todos se entreolharam, e fixaram o olhar naquele primeiro que foi. E todos decidiram passar pelo buraco, e renunciar à imortalidade. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Então, o Criador disse: “Vocês terão experiências fantásticas, de beleza, de grandiosidade, mas tudo será efêmero. Tudo vai crescer, maturar, decair e morrer. E vocês vão participar disso. É o que querem?”, e todos unanimemente responderam “Sim!”.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">E foram, cometeram o ato de suprema coragem para ter a liberdade e viver a experiência, renunciaram à vitalidade perene, renunciaram à imortalidade. E até hoje estão os carajás, naquelas praias lindíssimas, mortais, porém profundamente livres!</p>Lisavietahttp://www.blogger.com/profile/18364523957691118287noreply@blogger.com6