Há frases, músicas, aromas, lugares que, em determinados momentos, significaram muito pra mim, e aos quais sempre retorno para resgatar um sentimento ou alguém (e esse alguém, geralmente, é quem eu fui, ao me ver transformada durante aquela determinada troca de sensações).
Alguns desses meus portos seguros são os livros.
Lembro-me, ainda pequena, quando tive catapora,e fiquei alguns dias de “castigo” para me recuperar, tendo como companhia Zezinho, O Dono da Porquinha Preta. A partir de então, peguei o vício da leitura, e tive uma infância recheada de aventuras, desde segredos em ilhas e órfãs heroínas, até o mundo mágico de Narizinho e Emília. As aventuras de Hercule Poirot e Miss Marple povoaram a minha adolescência de mistérios e crimes a resolver, a ponto de eu ter passado alguns anos tentando descobrir os pretensos macabros segredos de toda a minha vizinhança.
Alguns anos depois, li outros livros que afetariam, definitivamente, a minha vida, dentre eles, o indescritível Crime e Castigo. Tão apaixonada fiquei por aqueles universos novos, todos me aguardando para serem descobertos, que nunca mais quis abandoná-los, e, até hoje, não fico mais de dois meses sem embarcar em uma nova aventura, onde os personagens têm seus perfis descritos, mas seus sorrisos, suas silhuetas, sua expressões... só o leitor pode saber, definir, criar. Ler é como brincar um pouquinho de Deus, e poder, a nosso bel prazer, inventar e reinventar as situações, viver tantas situações e tantos amores em uma só existência. A cada vez que releio algum livro de Jorge Amado, o sol em determinado capítulo está mais quente. A cada releitura de algum romance do Milan Kundera, a paixão entre alguns personagens torna-se mais tórrida. A cada festa descrita por Scott Fitzgerald relida, a embriaguez é maior.
Dentre os tantos (tantos!) trechos de livros a que me remeto sempre, estão aqui alguns deliciosos, sofridos, reflexivos, vividos, divididos!!!
Isabel Allende: A CASA DOS ESPÍRITOS:
"Barrabás chegou à família por via marítima..."
Milan Kundera: A IMORTALIDADE:
"O sorriso e o gesto eram cheios de sedução, ao passo que o rosto e o corpo já nada de sedutor tinham. Era a sedução de um gesto afogado na não-sedução de um corpo. Mas a mulher, embora devesse saber que deixara de ser bela, esquecera-o neste instante".
Gabriel Garcia Marquez: O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA:
“Era inevitável: o cheiro das amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados”.
Robert Pirsig: ZEN E A ARTE DE MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS:
“A motocicleta funciona inteiramente de acordo com leis racionais, e o estudo da arte da manutenção de motocicletas é, no fundo, um estudo em miniatura da arte da própria racionalidade.”
8 comentários:
Adorei seu blog Lisavieta!
Parece o meu!!!
Beijos,
Fernando
Fantastico como vc escreve poetisando as cosias simples da vida!Adorei muito aqui!!!
Bjos!
Lisa!
Há tempos não comentava aqui...
Mas não deixei de ver seu último post, sobre o CD da Rita Lee...
Não conheço muito a música dela, portanto não posso opinar... hehehe
Mas o texto dessa vez é demais!
Em algumas partes parece até que está contando a minha história...
Agora, uma pergunta... o "Crime e Castigo" é bom mesmo? Minha professora de redação ia me emprestar, mas como o livro não estava com ela, li "Admirável Mundo Novo", do Huxley, que é ótimo!
Um beijo grande,
Cris.
Sua lista de livros está ótima.
Obrigado pela visita.
Beijo,
Fernando
Muito bom o seu blog, tanto gostei que pus um link no meu, se quiser eu tiro.
Bjs.
Lucas
Muito bom! Contemplar algo feito com capricho (tanto livros como esse texto) é enlevante. Até mais.
Muito legal teu blog também.
Pelo visto gostamos de muitos assuntos parecidos. Sempre bom viver e saborear as sincronicidades que a vida nos dá de presente.
Um abraço, Caroline - mostrador de pensamentos.
Olá.
Você não me conhece, e nem eu a ti.
Mas aprecio sua escrita e os temas empregados. E de gostar tanto do seu blog, coloquei um link lá no meu, recomendando-o.
Dê uma olhada no meu blog depois.
xD
tchau! Continue com o ótimo trabalho.
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